Há cada vez mais ciberataques a serem utilizados como arma de guerra

A União Europeia alertou hoje para o “lado obscuro” das novas tecnologias, como armas poderosas de grupos terroristas, advertindo que os ciberataques são cada vez mais vulgares nas actuais guerras assimétricas, que opõem Estados a organizações difusas. 

As redes sociais "foram um factor crucial para divulgar a Primavera Árabe", mas também são uma ferramenta poderosa nas mãos do grupo 'jihadista' Estado islâmico "para difundir a sua mensagem de ódio e violência", alertou a responsável pela diplomacia europeia, Federica Mogherini, durante a Conferência Global sobre Ciberespaço (GCCS) que decorre hoje e sexta-feira em Haia. 

Ao referir que as novas tecnologias "também possuem um lado obscuro", Mogherini sublinhou que os ciberataques "atingem indivíduos, empresas ou governos em todo o mundo".

"Acontecimentos recentes demonstram como os ciberataques impulsionam cada vez mais guerras assimétricas e conflitos híbridos", considerou a alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, "uma tendência que aumentará a nível global", advertiu.

A responsável comunitária também exprimiu preocupação pela crescente dependência da internet para serviços essenciais como o transporte, energia ou água, criando vulnerabilidades "perante as novas formas de ciberterrorismo ou ciberespionagem", disse.

Mogherini também considerou que actualmente é mais difícil separar os factos da propaganda, e identificar uma mentira quando se repete com muita frequência.

Para a alta representante, é importante garantir a protecção dos direitos humanos, a liberdade de expressão e o direito à privacidade.

Nessa perspectiva, sublinhou os benefícios económicos e sociais da era digital e a conectividade entre pessoas de todo o mundo devido às redes sociais.

"Hoje assistimos ao seu impacto em quase todos os aspectos das nossas vidas (…) a Internet capacita os indivíduos e agentes estatais para o bem e para o mal", assegurou.

Lusa/SOL