Mariano Gago: O ministro da ciência que mais tempo ocupou o cargo

O físico de partículas Mariano Gago, que hoje morreu, aos 66 anos, foi o ministro que mais tempo ocupou o cargo, nos governos constitucionais, após 1974, num total de 12 anos.

Mariano Gago: O ministro da ciência que mais tempo ocupou o cargo

Nascido em Lisboa, em 1948, José Mariano Rebelo Pires Gago licenciou-se em engenharia electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, em 1971, e foi ministro nos governos do Partido Socialista, liderados por António Guterres e por José Sócrates.

Mariano Gago foi um activo promotor da ciência, do conhecimento da história dos processos e métodos científicos, da educação e da divulgação científicas em Portugal, tendo sido um dos responsáveis pela criação da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, gestora da rede de Centros Ciência Viva.

Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e membro da Academia Europeia de Ciência (Academia Europaea), fundada em 1988, Mariano Gago foi agraciado com o título de Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1992.

Doutorado em Física pela Universidade de Paris, desenvolveu a sua investigação na área da física de partículas e foi professor catedrático no Instituto Superior Técnico.

Mariano Gago foi ministro da Ciência e Tecnologia, entre 1995 e 2002, nos Governos socialistas de António Guterres e, entre 2005 e 2011, nos dois governos de José Sócrates, foi ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Enquanto ministro, Mariano Gago determinou o encerramento compulsivo da Universidade Internacional, por "falta de viabilidade económico-financeira", da Universidade Moderna, alegando também falta de viabilidade económico-financeira e grave degradação institucional, e da Universidade Independente, invocando vazio de poder na direcção, instabilidade, falta de qualificação dos professores e ausência de rigor na apreciação das candidaturas.

Como ministro privilegiou ainda protocolos com grandes instituições norte-americanas para programas de investigação avançada, nomeadamente com o Massachussets Institute Tecnology (MIT), Carnegie Mellon University (CMU) e Universidade do Texas em Austin.

Em 2011, regressou ao Laboratório de Instrumentação e Física de partículas, instituição que dirigia, e ao Instituto Superior Técnico.

Morreu hoje, de repente, depois de cerca de dois anos de combate ao cancro.

Lusa/SOL