Grupo chama atenção na Europa para 43 estudantes desaparecidos no México

Um grupo de familiares dos 43 estudantes desaparecidos no México informou na sexta-feira que vai realizar em breve uma viagem pela Europa para alertar para a importância da pressão internacional sobre o governo mexicano para a resolução do caso.

Grupo chama atenção na Europa para 43 estudantes desaparecidos no México

O grupo é formado por um estudante da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, um pai de um dos desaparecidos, e um membro do centro de direitos humanos Tlachinollan, que representa as vítimas.

Os três encontravam-se na sexta-feira em Oslo, na Noruega, segundo a agência Efe.

“A recepção na Europa foi muito calorosa, ou seja, as pessoas manifestaram a sua solidariedade para com as famílias de Ayotzinapa", disse à Efe o activista de Tlachinollan, Román Hernández.

“A Noruega tem importantes interesses económicos nas indústrias petrolífera e hidroeléctrica mexicanas”, afirmou Hernández.

Por isso, acrescentou, “é responsabilidade da sociedade civil na Noruega exigir que o seu Governo verifique que os direitos humanos são respeitados no México, antes de assinarem qualquer tratado ou convénio em matéria económica".

“Já não confiamos no Governo, porque nos enganou”, afirmou o pai de um dos estudantes desaparecidos que participa na viagem, identificado por Eleucadio.

Omar García, estudante sobrevivente dos incidentes em Iguala a 26 de Setembro afirmou: “Vamos informar a comunidade internacional que mantemos a nossa exigência de apresentação com vida dos 43 estudantes e que esperamos que nos apoiem neste pedido”.

A viagem vai estender-se até 19 de Maio, num périplo que vai percorrer 13 países, incluindo a Finlândia, Alemanha, Itália, Suíça, Espanha e Reino Unido.

A polícia federal mexicana prendeu, na Cidade do México, um homem alegadamente envolvido no desaparecimento de 43 estudantes de uma escola estatal em Iguala, estado de Guerrero (sul), informou no sábado passado a Comissão Nacional de Segurança.

O suspeito, Miguel Ángel Landa Bahena, estava identificado oficialmente como membro do círculo próximo de Gildardo López Astudillo, que se encontra em fuga e é acusado de ser o chefe de um grupo delinquente em Guerrero, referiu em comunicado a instituição governamental.

Na noite de 26 de Setembro, e após violentos incidentes que provocaram seis mortos entre os jovens, 43 estudantes de uma escola do magistério primário foram entregues por polícias a membros do grupo com ligações ao narcotráfico Guerreros Unidos, que supostamente os assassinaram e incineraram, ao tomarem-nos por membros de um gangue rival.

Quatro pessoas detidas em Outubro, e uma outra presa no mês seguinte, assinalaram Landa Bahena como um dos responsáveis das acções contra os estudantes desaparecidos, com idades entre 18 21 anos.

Lusa/SOL