“A nacionalização [da banca] não foi um acto repentino. A decisão foi tomada na segunda quinzena de Dezembro de 1974. Para ter o apoio dos trabalhadores, o sindicato dos bancários organizou uma assembleia a 3 de Janeiro de 1975, altura em que a proposta foi aprovada e, uma semana depois, essa mesma decisão foi apresentada ao General Vasco Gonçalves. O 11 de Março [altura em que o sindicato decide fechar os bancos] foi apenas o clique”, explica Anselmo Dias.
Para o comunista, esta obra é “um contributo que explica a resistência dos trabalhadores bancários e o papel que tiveram no processo revolucionário”.
“Houve a preocupação de deixar um testemunho escrito sobre a experiência que tivemos. Hoje em dia há muitos livros [sobre o assunto], mas existe um silêncio sobre o papel dos trabalhadores”, argumenta.
Anselmo Dias afirma que, tal como ele, vários trabalhadores e reformados do sector continuam a defender a nacionalização da banca perante os mais recentes escândalos financeiros. “As vigarices do tempo do fascismo e de hoje em dia reflectem o regime existente. Só com uma alteração do sistema é que poderá haver mudanças. Continuamos a advogar a nacionalização da banca. Não é justo que se possa manipular o dinheiro das pessoas e que meia dúzia de oligarcas se aproveite dos depósitos da população”, disse ao SOL.
O lançamento do livro ‘Da Resistência Antifascista à Nacionalização da Banca’ realiza-se no próximo dia 22, pelas 17h30, na sede do STEC (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD), no Largo Machado de Assis, em Lisboa.
joana.alves@sol.pt