“Estes cursos são um exemplo da nossa aposta no ensino vocacional, que tem sentido por fornecer uma saída aos jovens e por poder ter essa saída feita em associação com uma empresa”, explicou ao SOL o Ministro da Educação, Nuno Crato, após a assinatura do protocolo, que decorreu no entreposto da Sonae, na Azambuja.
E sublinhou que ao estabelecê-lo com o grupo há “garantia que os recursos colocados à disposição da educação dos jovens são os recursos reais que a indústria utiliza, que a formação dada é realmente necessária a uma profissão, e que, ao saírem destes cursos, os jovens têm a qualificação que os torna atractivos para os empregadores”.
No futuro, o objectivo do Governo é estabelecer este tipo de protocolos com outras empresas, avançou.
Actualmente, na Azambuja, decorre já um curso vocacional de Técnico de Logística, numa parceria entre a escola de retalho da Sonae e a Escola de Comércio de Lisboa. É no entreposto do grupo que os 23 alunos estão a estagiar, aprendendo, por exemplo, a preparar encomendas e a receber e expedir artigos em armazém. E atribui uma dupla certificação: certificação profissional e diploma de conclusão do secundário.
Segundo Nuno Crato “estes cursos contam com a colaboração voluntária da Sonae, que disponibiliza os seus recursos humanos e materiais. Não está a ser subsidiada pelo Ministério da Educação para fazê-los”.
Frisando que a intenção é ter mais parcerias – como a estabelecida com a Escola de Comércio de Lisboa – com outras escolas e alunos, o presidente executivo da Sonae, Paulo Azevedo assegurou que o potencial deste protocolo com o MEC “é muito óbvio”.
“Tem uma utilidade social muito grande porque há muitos jovens no 11º e 12º anos que têm mais vontade de aprender coisas mais práticas. É uma maneira de realizarmos as suas aspirações”, explicou ao SOL, indicando que parte desses alunos poderão ser integrados nos quadros da empresa. “Por um lado, temos as nossas pessoas com uma formação muito grande, mas sem nenhum grau de qualificação reconhecido fora da Sonae, e às vezes com lacunas do ensino geral porque não tinham o 12º. Ao contrário, também há pessoas a ser formadas no ensino técnico-profissional que depois a Sonae não aproveita porque tem os seus próprios sistemas e métodos”, explicitou.
Os cursos vocacionais do secundário destinam-se a jovens com 16 anos ou mais, com o 9º ano de escolaridade.
ana.serafim@sol.pt
