Mulheres continuam a sofrer discriminação económica e social relativamente aos homens

As mulheres continuam a sofrer de discriminação económica e social e serem forçadas a ajustar-se a um “mundo de homens”, afirma um relatório da ONU divulgado hoje. 

Globalmente, há mais desemprego feminino do que masculino, e mesmo quando trabalham, as mulheres recebem salários inferiores em tarefas equivalentes. 

Segundo o estudo, os rendimentos das mulheres são globalmente 24% inferiores aos dos homens, desigualdade que afecta também países mais desenvolvidos e com políticas de promoção do emprego feminino. 

Por exemplo, na Alemanha a discrepância chega a ser maior: as mulheres recebem, em média, menos 50% do que os homens. 

Estes são algumas das conclusões do estudo "Progresso das Mulheres do Mundo 2015: Transformar Economias, Realizar Desejos", produzido pela ONU Mulheres, a organização dentro das Nações Unidas dedicada à igualdade e emancipação das mulheres.

O documento é publicado numa altura em que a comunidade internacional discute a agenda do desenvolvimento para o pós-2015 e coincide com o 20º aniversário da comemoração da 4ª Conferência Mundial sobre Mulheres, em Pequim, que determinou uma agenda para melhorar a igualdade entre géneros.

Desde 1995, reconhece, existiu progresso, nomeadamente num maior acesso de mulheres ao ensino, à participação política e posições de liderança e também a maior protecção jurídica contra violência e a discriminação laboral, económica e social.

Porém, referem os autores, as mulheres continuam na generalidade em trabalhos pouco qualificados e baixos salários e muitas vezes sem acesso a cuidados de saúde, água potável ou saneamento básico.

O relatório determina 10 prioridades para a acção pública, começando por reivindicar mais e melhores empregos para mulheres, a redução da disparidade profissional e salarial entre homens e mulheres, o fortalecimento da segurança económica das mulheres ao longo da vida, a redução e redistribuição do trabalho doméstico e o investimento em serviços sociais com consciência das questões de género.

Lusa/SOL