Morreu Lu Ping, dirigente chinês ligado ao processo de transição de Hong Kong e Macau

O antigo dirigente político chinês Lu Ping, que esteve ligado aos processos de transição de Hong Kong e de Macau para a China, morreu no domingo, aos 87 anos, noticia hoje o diário South China Morning Post (SCMP). 

Segundo o jornal publicado em língua inglesa em Hong Kong, Lu Ping morreu na noite de domingo na sequência de um cancro, confirmou hoje um responsável do interior da China. 

Lu Ping foi secretário-geral da Comissão de Redacção da Lei Básica de Hong Kong e da Macau. 

A Lei Básica de Macau foi aprovada em 1993 e entrou em vigor às 00:00 de 20 de Dezembro de 1999, após a transferência do exercício da soberania do território de Portugal para a China, depois de cerca de 450 anos de administração portuguesa.

Lu Ping integrou o Gabinete para os Assuntos de Macau e de Hong Kong do Conselho de Estado no final dos anos 1970 e tornou-se director do mesmo em 1990. 

Este político ficou conhecido por ter chamado ao último governador de Hong Kong, Chris Patten, "pecador de todos os tempos", por este ter introduzido reformas no sistema eleitoral para permitir que mais residentes pudessem eleger os deputados. 

Lu Ping deixou de ser director do Gabinete para os Assuntos de Macau e de Hong Kong do Conselho de Estado em 1997, dias após a transição de poderes na antiga colónia britânica, mas continuou a acompanhar os desenvolvimentos naquela região administrativa especial chinesa. 

Numa entrevista em 2009, Lu Ping disse que Hong Kong devia parar de depender de favores de Pequim e melhorar a sua competitividade. 

Também afirmou que a cidade estava a ser marginalizada pelo rápido desenvolvimento do interior da China e que arriscava ficar atrás de cidades como Xangai, Guangzhou ou Shenzhen. 

"Para ser sincero, Hong Kong já está a ser marginalizada", afirmou na altura.

Lusa/SOL