Biografia faz tremer coligação

Não foi só no CDS que caiu mal a biografia autorizada de Passos Coelho. No Governo e no PSD também houve quem não gostasse de ver reeditada a polémica em torno da crise que quase fez cair o Governo em 2013, depois do pedido de demissão de Paulo Portas.

Biografia  faz tremer coligação

“O timing foi péssimo”, comenta ao SOL um governante do PSD, que não gostou de ver o debate público marcado por uma crise na coligação que já se julgava enterrada. “O problema é que desvia as atenções do que o PS está a fazer e que podíamos usar para expor as fragilidades do António Costa”, acrescenta, convicto de que não será isto que vai abalar o acordo com o CDS.

No Governo, só Maria Luís Albuquerque e Jorge Moreira da Silva – contactados pela autora para colaborarem com entrevistas – sabiam do livro que acabaria por fazer estalar a polémica ao afirmar que Portas anunciou por sms que se iria demitir, deixando depois de atender as chamadas de Passos. E mesmo estes dois governantes desconheciam o conteúdo da obra.

O PSD foi também apanhado desprevenido. “Só soube que existia livro uma semana antes e não sabia o que lá estava”, confessa ao SOL um membro da direcção de Passos.

Mesmo sem achar que o caso pode ter consequências na coligação, no PSD ninguém ficou contente com o efeito da polémica. “Não havia necessidade. Para quê isto agora?” – questiona um deputado. “Acabei de sair de uma comissão onde só ouvi 'bocas' do CDS”, desabafa outro parlamentar social-democrata.

Leia mais na edição impressa do SOL, hoje nas bancas