Cerca de 100 mil pessoas abandonam as suas casas devido a conflitos no Sudão do Sul

Cerca de 100 mil pessoas abandonaram as suas casas esta semana durante os intensos combates registados no estado petrolífero de Unity, a norte do Sudão do Sul, referiu hoje a ONU.

"Desde o início de maio, as actividades militares a sul de Bentiu, no estado de Unity, obrigaram a que 100 mil pessoas fugissem das suas casas", disse um coordenador humanitário da ONU no Sudão do Sul, Toby Lanzer.

Os combates estão entre os mais violentos registados desde o início do conflito, em Dezembro de 2013, no país mais jovem do mundo, e que já provocou dezenas de milhares de mortos.

O estado de Unity era o local onde estavam algumas das maiores instalações de extracção de petróleo bruto do país, antes do início do conflito.

"Estes combates ocorrem no auge da época de plantio, quando as pessoas precisam de se mover livremente e com segurança nos campos", salientou Toby Lanzer.

O coordenador humanitário da ONU também alertou para o facto de ser "praticamente impossível" fazer chegar ajuda àquelas populações.

"As agências da ONU e os seus parceiros estão desesperadas para ter acesso a áreas de Unity para avaliar as necessidades das populações", disse, apelando às partes em conflito para permitirem a entrega de ajuda humanitária.

O conflito no Sudão do Sul teve início dois anos depois de ter conseguido a independência do Sudão, em 2011, com o apoio dos Estados Unidos.

A disputa começou quando o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, acusou o ex-vice-presidente Riek Machar, que tinha demitido, de tentativa de golpe de Estado.

O conflito já destruiu várias cidades e provocou cerca de dois milhões de deslocados, 520 mil dos quais se refugiaram na Etiópia, Sudão, Quénia e Uganda. Metade dos 12 milhões de habitantes do país precisa de ajuda para sobreviver, segundo a ONU.

Lusa/SOL