A verdade dos factos e a ‘verdade’ do PS

Segundo a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais, divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a economia portuguesa cresceu 1,4% no primeiro trimestre deste ano em termos homólogos e 0,4% face ao trimestre anterior. A economia da zona euro cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo trimestre de 2014, divulgou ontem…

Mas isso não impediu o PS, pela voz do seu novo guru da política económica João Galamba, de classificar estes dados como um falhanço colossal das previsões dos economistas que, pelos vistos, colaboram com o Governo. Repare que o PS em vez de comentar os resultados do crescimento, inegavelmente positivos, opta por criticar os colaboradores do governo.

A questão, e o método, até é simples de perceber. Quanto mais se repetir uma mentira mais hipóteses há de ela ser aceite como verdade. É esta a estratégia deste PS.

Comparemos então os resultados com a “verdade” do PS. Portugal teve 12 avaliações positivas da troika e chegou ao fim do programa, na data prevista inicialmente, de forma limpa, sem programa cautelar nem segundo resgate, os dois únicos cenários que o PS dava como certos. Termina o ano de 2014 com um défice abaixo do previsto no e acordado com troika, criando condições para que 2015 seja o ano com o menor défice dos últimos 40 anos, o primeiro défice não excessivo nos últimos 26 anos e o primeiro défice abaixo de 3% desde que aderimos à moeda única.

A concretização do programa de assistência reforçou a credibilidade internacional de Portugal, o que se traduziu na melhoria das condições da dívida. Recordo que as condições de pagamento dos empréstimos do PAEF deixadas pelo Governo PS (taxas de juro e prazos de pagamento) eram muito duras.

O ano de 2014 foi marcado por constante renovação de valores mínimos de custo de financiamento, e 2015 começou da mesma maneira. Conquistámos um novo patamar do custo de financiamento da divida obrigacionista de longo prazo jamais observado na história da dívida soberana portuguesa desde que há registo, ou seja, 1820.

Em março, os juros da dívida portuguesa a 10 anos, chegaram a negociar nos 1.687%, o valor mais baixo de sempre. A 5 anos, os juros desceram aos 0,795%, e a 2 anos, também caíram para mínimos históricos, chegando a negociar a 0.198%.

Até final de 2015, Portugal vai reduzir 11,4 mil milhões de euros de redução na despesa primária – um resultado sem qualquer precedente nem paralelo na nossa História.

Em 2014, Portugal voltou a ter uma balança comercial positiva, o que sucedeu pela segunda vez consecutiva. Desde 1910, com excepção de 1941-1945 e 1951, que Portugal não tinha obtido uma Balança Comercial positiva.

O índice que mede a confiança dos consumidores portugueses atingiu em Março o valor mais elevado em quase 13 anos, ao fixar um máximo desde Abril de 2002. O INE salienta que o indicador que mede a confiança das famílias prolongou o "acentuado perfil ascendente observado desde o início de 2013".

São vários os indicadores que demonstram que Portugal mudou. Galamba insiste que “a maioria PSD/CDS tenta lançar poeira para os olhos em torno do quadro macroeconómico do PS”. Pois eu acho que quem nos quer tapar os olhos e fazer crer que nada mudou é o PS.