O documentário sobre a vida trágica de Amy Winehouse

“O que eu acho sobre a fama? Tenho a sensação de que não saberia lidar com ela”, confessa Amy Winehouse no muito revelador e emotivo documentário biográfico ‘Amy’, do britânico Asif Kapadia, que nos deu já o magnífico ‘Senna’, num outro documento póstumo bem sucedido.

Fica para já como um dos registos mais emotivos sobre a ascensão e queda de uma estrela, que nos faz sair da sala com o coração apertado.

Mas antes da sua exibição aqui em Cannes, numa secção paralela, o filme fora atacado pelo pai de Amy, Mitchell Winehouse, acusando a inclusão de declarações pouco abonatórias do marido de Amy, Blake Fielder, na altura na prisão. No entanto, é este o filme em que vemos a própria Amy a queixar-se da forma como o pai se aproveitava da fama da filha.

"Escrevo canções porque sou passada da cabeça", escuta-se num dos muitos documentos vídeo que nos permitem acompanhar de perto a vida desta cantora jazz londrina falecida a 23 de Julho de 2011, com 27 anos, com uma dose excessiva a de álcool e drogas. Amy Winehouse viveu como cantou e morreu de forma quase premonitória.

 'Amy' é o documentário explosivo e direto que nos mostra com toda a naturalidade a sua imensa energia e talento como cantora de jazz, bem como o percurso em que se tornou uma das maiores cantoras jazz de todos os tempos. Desde os seus momentos mais íntimos de afirmação até ao uso de drogas álcool e do seu mau convívio com a fama.

Asif Kapadia compõe um tecido rico e emotivo com recurso aos vídeos pessoais do seu amigo e agente, filmes de família com Amy ainda criança e adolescente, bem como inúmeras imagens de arquivo, excertos de clips em smartphones e muitas imagens fotográficas. Emocionou com um registo muito real de 'Senna' e fá-lo agora também com 'Amy'.