‘Não está nas minhas prioridades ler os relatórios do FMI’, diz Pires de Lima

O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou hoje que os relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI) não estão nas suas prioridades.

‘Não está nas minhas prioridades ler os relatórios do FMI’, diz Pires de Lima

"Não tive oportunidade [de ler o relatório] e confesso que não está nas minhas prioridades ler os relatórios do FMI. Não tenho que ter isso como prioridade, como sabe", disse o ministro aos jornalistas, questionado sobre o mais recente documento, depois de intervir na conferência sobre "Desregulação tarifária: Oportunidades e desafios" do ciclo "Engenharia em Movimento" do Instituto Superior de Engenharia do Porto. 

Na sua intervenção, Pires de Lima, que durante o dia visitou várias empresas da região Norte, afirmou que os tempos atuais, a meses do final da legislatura, são tempos de "esperança" que derivam de se sentir que "Portugal está em gradual e humilde recuperação económica".

No documento do FMI hoje divulgado relativo aos trabalhos da missão técnica a Portugal ao abrigo do Artigo IV, realizada em março, o FMI considerou que "deve ser dada prioridade a uma maior redução do número de funcionários [públicos] através de uma maior saída natural de trabalhadores [pela não renovação de contratos] e de cortes direcionados para áreas com pessoal a mais".

O FMI defendeu ainda que a atribuição de um crédito fiscal para famílias com baixos rendimentos é mais eficaz na redução da pobreza do que o aumento do salário mínimo, que, considera, pode prejudicar a criação de emprego.

Adicionalmente, a instituição com sede em Washington afirmou que as reformas estruturais implementadas pelo Governo ainda não produziram os efeitos desejados e avisou que, com este progresso limitado, a economia portuguesa não deverá crescer mais do que 1,25% no médio prazo.

O denominado Artigo IV do FMI prevê que sejam feitas análises às economias dos membros do Fundo, geralmente todos os anos. A missão da equipa técnica do FMI esteve em Lisboa em março.  

Lusa/SOL