Varoufakis prefere ficar a dever ao FMI do que não pagar salários

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou na noite de segunda-feira que “prefere um incumprimento da Grécia com o FMI do que um incumprimento em relação ao pagamento dos salários”, mas antecipou que está para breve um acordo com os credores. 

Varoufakis prefere ficar a dever ao FMI do que não pagar salários

"Penso que estamos muito próximos de um acordo" com os credores, "talvez dentro de uma semana", afirmou o ministro, durante uma entrevista concedida à cadeia de televisão grega Star, indicando que "uma rutura com os credores não está nos nossos projetos", tal como "uma mudança de moeda". 

Ao mesmo tempo, com o país a parecer à beira do precipício financeiro, com um pagamento agendado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de 1,5 mil milhões de euros em junho, e outro tanto em salários e pensões aos funcionários públicos e reformados gregos, o ministro declarou que "as pensões e salários eram sagrados (…) uma prioridade absoluta" e que "prefere um incumprimento com o FMI em vez de com os salários". 

Questionado sobre a capacidade de o país pagar tudo isto em junho, Varoufakis lembrou que, "no mês atual, não era certo que (a Grécia) pudesse reembolsar 750 milhões de euros ao FMI", em 12 de maio, o que acabou por fazer.  

Confirmou também as notícias de fim de semana que indicavam que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, tinha prevenido os credores da Grécia deste risco, em carta enviada pouco antes deste prazo limite do dia 12. 

Varoufakis manifestou-se certo que a Grécia "não vai chegar ao ponto de não poder pagar ao FMI". 

O ministro reprovou aos credores "que não levem novidades para as discussões", ao contrário do que faz a Grécia, comparou. 

Varoufakis também revelou uma das ideias do governo de Atenas, apresentada aos credores, para procurar melhorar a cobrança do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), que é a de instaurar uma taxa em três pontos percentuais superior em relação à que é aplicada a pagamentos com cartão. 

Permanecem diferenças nas negociações em relação às modalidades de mudança das reformas e do mercado de trabalho, reafirmou Varoufakis.

Lusa/SOL