PSP deu parecer negativo ao modelo de festejos no Marquês de Pombal

A PSP deu parecer negativo aos festejos do Benfica no domingo na praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, alegando que o modelo concebido não era adequado em termos de segurança, confirmou hoje à Lusa fonte ligada ao processo. 

PSP deu parecer negativo ao modelo de festejos no Marquês de Pombal

A mesma fonte adiantou que nas várias reuniões entre a Câmara de Lisboa, o Benfica e a PSP, para prepararem a festa do título do Benfica, a polícia insistiu sempre que a forma como os festejos estavam programados para o Marquês de Pombal não era a mais adequada para garantir a segurança dos milhares de adeptos.

Um dos exemplos para o qual a PSP chamou a atenção das entidades envolvidas na realização da festa foi a construção de um palco circular montado à volta da estátua do Marquês, alegando que este dificultava que fosse estabelecido um perímetro de segurança, mas o seu parecer não é vinculativo.

Ao contrário, o Comando Metropolitano de Lisboa defendia a montagem de um palco linear que permitisse criar caixas de segurança que dividisse os adeptos.

Durante as reuniões, a Polícia chamou também a atenção dos responsáveis para a venda de bebidas alcoólicas em vasilhame de vidro, tendo defendido que estas fossem servidas apenas em copos de plástico.

Segundo a fonte, a PSP manifestou-se preocupada até ao último minuto e os elementos policiais foram para o local com o coração nas mãos.

Outro dos pontos de tensão, na opinião da mesma fonte, foi a passagens das imagens em ecrã gigante do incidente que ocorreu nas imediações do Estádio do Guimarães, onde um polícia agrediu dois adeptos em frente aos filhos menores, o que terá incendiado ainda mais os ânimos.

A agência Lusa contactou a direção nacional da PSP e o Comando Metropolitano de Lisboa que se escusaram a fazer qualquer comentário.

A notícia do parecer negativo da PSP foi hoje à tarde avançada pela Rádio Renascença.

Entretanto, a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, determinou à IGAI a abertura de um processo de inquérito com vista ao apuramento dos factos praticados por todos os elementos da PSP que tiveram intervenção nos incidentes ocorridos junto ao Marquês de Pombal e artérias adjacentes, que envolveram elementos da PSP e adeptos de futebol, e que terminaram com a detenção de 13 pessoas, por posse de material pirotécnico e por agressões aos polícias em serviço.

A PSP adianta que recebeu 13 queixas por roubos na via pública e que, durante o restabelecimento da ordem pública, ficaram feridos 16 polícias com escoriações devido ao arremesso de pedras, garrafas de vidro e material pirotécnico, havendo um veículo da divisão de trânsito com um vidro partido.

Às 01:20 de segunda-feira, nas imediações do Parque Eduardo VII, alguns adeptos começaram a arremessar vários objetos, nomeadamente garrafas de vidro, o que levou a uma intervenção policial localizada para acabar com o incidente e evitar que se alastrasse e ganhasse maior dimensão.

Lusa/SOL