PSD exige responsabilidades à Câmara por incidentes no Marquês de Pombal

O vereador do PSD na Câmara de Lisboa António Prôa disse hoje que vai exigir responsabilidades ao presidente do município por não ter respeitado o parecer negativo da PSP aos festejos do Benfica no Marquês de Pombal.

PSD exige responsabilidades à Câmara por incidentes no Marquês de Pombal

"Vou pedir esclarecimentos na sequência dos incidentes e tendo em conta a informação de que a Câmara não respeitou as preocupações que a polícia transmitiu", afirmou António Prôa, sublinhando que vai "sobretudo exigir responsabilidades" ao presidente do município, Fernando Medina, por ter autorizado os festejos do Benfica na praça do Marquês de Pombal.

O social-democrata falava à agência Lusa sobre a indicação de que a Polícia de Segurança Pública (PSP) deu parecer negativo à festa dos 'encarnados' no domingo, no Marquês de Pombal, alegando que o modelo concebido não era adequado para garantir a segurança dos milhares de adeptos, informação que foi confirmada à Lusa, na terça-feira, por fonte ligada ao processo.

Também na terça-feira, Fernando Medina rejeitou qualquer relação entre os desacatos na praça, após a vitória do Benfica no campeonato, e o dispositivo de segurança acordado pela autarquia com a PSP.

"Os desacatos que aconteceram no Marquês [de Pombal] são absolutamente lamentáveis e inaceitáveis para a cidade de Lisboa e para um fenómeno desta natureza, e nada têm a ver com o dispositivo que foi encontrado", vincou o autarca socialista.

Porém, para António Prôa, Fernando Medina "não pode tentar fazer com que as pessoas julguem que ele não tem responsabilidade", já que este é, a seu ver, o "principal responsável" por esta situação.

O social-democrata vincou que se tratou de uma atitude "grave e preocupante".

"Grave, porque parece-me ser de mau princípio que não se tenham tido em conta, de forma eficaz, as recomendações da polícia, e preocupante, porque pressupõe que noutras circunstâncias [eventos] possa acontecer o mesmo, se não houve já matérias que não tenham sido respeitadas", frisou.

Segundo este autarca, os incidentes causaram "graves danos às pessoas agredidas e na imagem do clube e da cidade de Lisboa".

"A Câmara errou, foi muito imprudente e deve assumir responsabilidade", insistiu, recordando que foi a primeira vez que as comemorações ocorreram de forma organizada e não voluntária por parte dos adeptos.

António Prôa vai levar o assunto à próxima reunião camarária.

A ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito para apurar os factos praticados pelos elementos da PSP que intervieram nos incidentes, que envolveram também adeptos e levaram à detenção de 13 pessoas por posse de material pirotécnico e por agressões aos polícias em serviço.

A PSP divulgou que recebeu 13 queixas por roubos na via pública e que, durante o restabelecimento da ordem pública, ficaram feridos 16 polícias com escoriações devido ao arremesso de pedras, garrafas de vidro e material pirotécnico, havendo ainda um veículo da divisão de trânsito com um vidro partido.

Às 01h20 de segunda-feira, nas imediações do Parque Eduardo VII, alguns adeptos começaram a arremessar vários objetos, como garrafas de vidro, o que levou a uma intervenção policial localizada para acabar com o incidente e evitar que se alastrasse e ganhasse maior dimensão.

Lusa/SOL