Obama: Alterações climáticas são ameaça que rivaliza com o terrorismo

O Presidente norte-americano, Barack Obama, disse na quarta-feira que a ameaça colocada pelas alterações climáticas aos EUA rivaliza com a apresentada pelo terrorismo, pelo que deve ser vista como uma questão prioritária de segurança.

Obama: Alterações climáticas são ameaça que rivaliza com o terrorismo

Ao discursar perante os novos graduados da Academia da Guarda Costeira dos EUA, Obama declarou que "confrontar as alterações climáticas é agora um dos pilares chave da liderança global [norte-]americana", que deve permanecer no topo da agenda política para além do seu governo.

"Mesmo que enfrentemos ameaças como o terrorismo, não podemos, e não devemos, ignorar um perigo que pode afetar gerações", afirmou o Presidente, ao discursar em New London, no Estado do Connecticut.

"Os melhores cientistas mundiais sabem que as alterações climáticas estão a ocorrer. Os nossos analistas na comunidade dos serviços de informações sabem que as alterações climáticas estão a acontecer", insistiu Obama.

"Os nossos líderes, generais e almirantes, no serviço ativo e reformados, sabem que está a acontecer. Os nossos profissionais da segurança interna sabem que está a acontecer e a nossa Guarda Costeira sabe que está a acontecer", enfatizou.

Obama atacou os opositores políticos em Washington "que recusam admitir que as alterações climáticas são reais", acrescentando que a ciência que as prova é "indiscutível".

Para acentuar o problema, Obama afirmou que "os níveis de dióxido de carbono na atmosfera estão agora a um nível mais alto do que estiveram alguma vez nos últimos 800 mil anos".

No mesmo registo, prosseguiu: "Catorze dos 15 anos mais quentes desde que há registo foram nos últimos 15 anos. O último ano foi o mais quente alguma vez registado".

Obama disse também aos recém-graduados que "os glaciares do mundo estão a fundir, colocando mais água nos oceanos", prevenindo para os custos da subida do nível do mar.

Em termos concretos, exemplificou que uma subida da água oceânica em 30 centímetros representaria para os EUA a perda de 200 mil milhões de dólares (180 mil milhões de euros).

O assunto levou o Pentágono a estudar a vulnerabilidade das suas mais de sete mil bases, instalações e outras estruturas às alterações climáticas.

Lusa/SOL