Marcelo diz que não suspende comentário na TVI

O ex-presidente do PSD e protocandidato presidencial não admite deixar de ser comentador político na campanha.

Marcelo diz que não suspende comentário na TVI

Marcelo Rebelo de Sousa vai manter o seu espaço semanal de comentário político na TVI, ao domingo à noite, mesmo durante o período da campanha para as eleições legislativas. Questionado pelo SOL, o professor justifica que  nunca interrompeu os seus comentários políticos durante nenhuma campanha. «Nunca interrompi noutras campanhas anteriores. Eu e o dr. Marques Mendes vamos continuar firmes», justifica.

Os dois comentadores são militantes e ex-líderes do PSD e são actualmente os únicos que mantêm espaços de comentário político em canal aberto. Mas no caso de Marcelo a questão ganha maior relevância pelo facto de se tratar também de um dos protocandidatos da direita às eleições presidenciais, que se realizarão em Janeiro do próximo ano.

Outra figura do centro-direita que poderá vir a entrar na corrida à sucessão de Cavaco Silva em Belém e que também mantém um programa de comentário/debate na televisão é Pedro Santana Lopes. No entanto, o espaço que o actual provedor da Santa Casa da Misericórdia divide com o socialista António Vitorino é transmitido apenas na SIC Notícias, ou seja, na televisão por cabo.

CDS insiste com comentador

Ainda na semana passada, o ministro da Economia, António Pires de Lima, veio insistir com Marcelo para que assuma a candidatura. E não foi a primeira vez que o fez. Numa entrevista ao Expresso, o dirigente do CDS defendeu que é preciso incentivar o ex-líder do PSD a avançar. «Com os dados que temos, creio que se é para ganhar deveríamos incentivar o professor Marcelo a candidatar-se», sustentou.

Disciplinado, Pires de Lima seguiu as directivas definidas pelos dois partidos da maioria, PSD e CDS, ressalvando que «esse tema só tem de se definir a seguir às legislativas». Reforçou, porém:  «Se é para tentar ganhar, há outros bons candidatos. Mas valia a pena investirmos as nossas energias na opção mais ganhadora». Ou seja: Marcelo Rebelo de Sousa.

Há quase um ano, em entrevista ao DN e à TSF, Pires de Lima também afirmou que Marcelo é  o candidato do «espaço do centro e da direita democrática» mais bem colocado para lutar pela vitória em 2016. A propósito, invocou até as sondagens já publicadas, para chegar à conclusão de que «é razoavelmente linear» que Marcelo é, entre os nomes possíveis, quem reúne «melhores condições para disputar as eleições presidenciais».

A direcção centrista parece estar de acordo com o seu ministro. Já há uns meses também o vice-presidente do CDS e líder da bancada parlamentar centrista defendera uma candidatura presidencial de Marcelo. Na altura, em declarações ao SOL, Nuno Magalhães também defendeu que o ex-líder do PSD tem boas condições para ganhar a próxima corrida a Belém.

Agora, foi a vez de outro vice-presidente dar eco à opinião de Pires de Lima. Ao DN, Diogo Feio disse estar «completamente em linha» com as palavras do ministro da Economia.

Nuno Melo prefere Rio

Uma voz dissonante na direcção de Portas sobre esta matéria tem sido a de Nuno Melo, outro vice-presidente do CDS, que já assumiu a sua preferência por Rui Rio. Há alguns meses, em entrevista ao SOL, o eurodeputado  garantiu  que apoiará Rio caso o ex-presidente da câmara do Porto se candidate ao lugar de Presidente da República. Defendeu, então, que Rio é um bom candidato e tem uma boa relação com o CDS.