Espanha: PP em queda livre obrigado a acordos pós-eleitorais

Penalizado nas eleições municipais deste domingo, o PP também perdeu todas as maiorias absolutas nas 13 autonomias que também foram a votos, apesar de ter sido a formação mais votada em nove delas.

Espanha: PP em queda livre obrigado a acordos pós-eleitorais

Os "populares" foram os mais votados em Aragão, Baleares, Cantábria, Castilla-La Mancha, Castilla e Leão, Comunidade Valenciana, Comunidade de Madrid, Múrcia e La Rioja, ainda que perdendo muitos votos para os partidos emergentes como o Podemos e o Ciudadanos. O PP ainda perdeu a Extremadura para o PSOE, a que tinha "roubado" a região em 2011.

Os socialistas também mantiveram as Astúrias, se bem que perdendo votos face a 2011.

Ou seja, a votação nas eleições autonómicas (em 13 das 17 regiões espanholas) criou um cenário em que as forças políticas vão ter de chegar a acordos para formar governos regionais. Ao contrário das eleições municipais (em que os partidos só têm uma votação camarária para chegar a acordo, após a qual o mais votado é eleito), nas autonomias as votações para se escolher o presidente podem durar mais de dois meses, tal como se tem visto na Andaluzia.

A Andaluzia foi a votos para a Junta Regional em março (vitória sem maioria absoluta do PSOE-A de Susana Díaz), mas até ao momento os partidos ainda não conseguiram chegar a acordo, estando mesmo em cima da mesa a possibilidade de haver uma repetição do ato eleitoral.

Em Navarra – onde ganhou a UPN (Unión del Pueblo Navarro) – o vencedor conseguiu 15 deputados, mas a partir daí seguem-se quatro partidos – o Geroa Bai, com 9 deputados, o EH Bildu, com oito, o PSN e o Podemos, ambos com sete. A juntar a estes está o PP, com dois, e a Izquierda Unida, com outros dois. Um parlamento regional fragmentado que "baralha" a geometria dos acordos pós-eleitorais.

Em Aragão, cenário semelhante, com o PP a conseguir 21 assentos, o PSOE 18 e o Podemos 14, mas com mais quatro partidos (PAR, Ciudadanos, Chunta e IU) a obterem representação parlamentar, num total de 14 assentos que vão influenciar (ou no pior cenário bloquear) as votações que se seguem.

Nas Baleares, outro reduto do PP, o parlamento regional vai ter oito cores: os "populares" reúnem 20 assentos, contra os 13 do PSOE e os 10 do Podemos.

Na Cantábria, o PP perdeu sete dos 20 assentos que detinha desde 2011, mais dois do que os 11 do partido regionalista PRC, seguido do PSOE com seis. O Podemos também consegue entrar no parlamento regional (com três deputados), tal como o Ciudadanos (2).

Num feudo tradicional do PP, Castilla e Leão, o partido de Mariano Rajoy ficou a um assento da maioria absoluta (conseguindo 42 dos 84 disponíveis). O PSOE perdeu quatro assentos, para os 25, o Podemos entra com 10 deputados e o Ciudadanos com 5.

Na emblemática Comunidade de Madrid, o PP perdeu 24 deputados (tinha 72 e obteve 48). O PSOE recuperou um assento (37 face aos 36 de 2011) e o Podemos estreou-se logo como terceira força política (27 deputados), com o Ciudadanos na quarta posição (com 17 deputados).

Lusa/SOL