Museu taurino do Campo Pequeno abre portas na terça-feira

O museu taurino do Campo Pequeno abre portas na terça-feira, apresentando cerca de 400 peças que ilustram a história da tauromaquia e da praça de touros, no centro de Lisboa, desde 1892, foi hoje divulgado. 

"Vamos dar corpo a um desejo já muito antigo da administração e também cumprir uma exigência contratual com a Casa Pia (proprietária da praça), que é possuir um espaço dedicado ao museu", adiantou hoje à agência Lusa Paula Resende, da administração da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno.

Aberto ao público diariamente, o museu, instalado no segundo piso do torreão principal da praça de toiros, é constituído por um salão principal onde vai ser abordada a história da tauromaquia, uma área de multimédia e duas secções dedicadas à figura do forcado e do toiro.

"Queremos que o museu ajude a contribuir para o conhecimento da nossa cultura e da nossa história, como também queremos que, do ponto de vista turístico, seja importante e relevante", acrescentou Paula Resende.

O museu pretende mostrar a história da tauromaquia, desde o tempo da arte rupestre (paleolítico) até à atualidade, apontamentos sobre a história do toiro em Creta (Grécia), passando pela história de Portugal e das praças de toiros existentes em Lisboa até à inauguração do Campo Pequeno.

Paulo Pereira, relações públicas do Campo Pequeno, explicou à Lusa que o museu também vai evocar "as grandes rivalidades" que aconteceram naquela arena ao longo dos últimos 123 anos, no que diz respeito ao toureio a cavalo e ao toureio a pé.

A importância do Campo Pequeno na história de Portugal, as visitas de chefes de Estado à praça, os comícios políticos no tempo do Estado Novo e pós 25 de Abril de 1974 e os espetáculos musicais e desportivos que aí também ocorreram são outros dos pormenores em destaque no espaço museológico.

Além de documentos que recordam as tragédias ocorridas com toureiros naquela arena e a passagem das maiores figuras da tauromaquia a nível mundial por Lisboa, o museu conta com o espólio do Grupo Tauromáquico "Setor 1" e apresenta várias peças oferecidas por toureiros.

"Nós pretendemos também fazer exposições temáticas, pois não queremos que seja um espaço morto", disse.

Este museu sucede ao que existiu durante muitos anos no Campo Pequeno, que tinha sido inaugurado em 1937 e cujo espólio desapareceu nos anos oitenta do século passado.

O bilhete de entrada no museu vai ter um valor de três euros, havendo também outras opções que englobam visitas à praça e à arena do Campo Pequeno.

Lusa/SOL