Alemanha exige explicações à Rússia

O Governo alemão exigiu hoje a Moscovo explicações sobre os políticos alemães incluídos na lista de personalidades europeias que estão proibidas de entrar em território russo.

Alemanha exige explicações à Rússia

Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão adiantou que está em contacto com as autoridades russas, reclamando transparência e lembrando que os cidadãos germânicos que se encontram na 'lista negra' devem ter conhecimento formal disso para recorrerem judicialmente da decisão.

Até ao momento, Berlim ainda não obteve resposta de Moscovo sobre a lista que, segundo vários jornais germânicos, contém o nome de 89 europeus, incluindo oito políticos alemães.

A Comissão Europeia assegurou na sexta-feira que não dispõe de qualquer informação sobre o "fundamento jurídico", os critérios e o processo que levou à elaboração da lista.

Recentemente, o Governo alemão protestou contra a proibição de entrada na Rússia, até 2019, de um deputado democrata-cristão, que foi impedido de visitar o país à sua chegada ao aeroporto moscovita de Sheremétievo.

Bélgica e Holanda denunciaram na sexta-feira que a Rússia havia proibido a entrada no país a vários políticos, entre eles o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, que actualmente preside ao grupo dos liberais no Parlamento Europeu.

A lista, entregue há dias na embaixada holandesa em Moscovo, foi interpretada na Holanda como uma represália pelas sanções impostas pela União Europeia (UE) à Rússia devido à anexação da Crimeia e pelo seu comportamento no leste da Ucrânia.

Segundo a imprensa germânica, nessa lista encontram-se, por exemplo, a co-presidente do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, a alemã Rebecca Harms, e o presidente do grupo parlamentar da CDU/CSU no parlamento alemão, Michael Fuchs.

"Posso viver com isso. Há coisas piores", escreveu Fuchs na sua conta no Twitter.

Na mesma rede social, Harms mostrou-se desconcertada pelo seu nome estar na lista negra da Rússia.

Em Setembro último, a eurodeputada foi declarada "persona non grata" pela Rússia e impedida de entrar no país apesar de possuir passaporte diplomático, quando quis assistir a um julgamento contra uma mulher acusada de espionagem.

Lusa/SOL