Um dos automóveis mais famosos de sempre vai regressar

É um dos nomes mais famosos do mundo automóvel, principalmente pela ligação à Ferrari. Dino foi uma submarca e modelo que fez suspirar fãs das quatro rodas nos anos 60 e 70, e pode regressar em breve às estradas, e se calhar às consolas de muitos adolescentes.

Sergio Marchionne, o CEO da Fiat Chrysler, afirmou numa entrevista à revista Autocar que a chegada do Dino “não é uma questão de ‘se’, mas ‘quando”, confirmando que o nome “é um recurso mal usado, que tem de se aproveitar bem”.

Lançado em 1968, o Dino foi um dos primeiros Ferrari sem um motor de 12 cilindros – era um V6 com cerca de 180 cavalos –, razão pela qual o patrão da marca, Enzo Ferrari, decidiu que o carro teria uma designação à parte, para não prejudicar a imagem da empresa.

O nome Dino, em homenagem ao filho de Enzo, Alfredo ‘Dino’ Ferrari, já era usado desde o final dos anos 50 nos protótipos da marca, pouco após a morte do jovem de 24 anos, em 1956. Dino, que trabalhava na empresa como engenheiro, foi o primeiro a tentar convencer o fundador da marca a optar por um motor V6, dizendo-se mesmo que terá contribuído até à sua morte para o desenvolvimento do mesmo.

O modelo lançado em 1968, com umas linhas curvas e muito aerodinâmicas, podendo-se definir até como sensuais, foi um verdadeiro sucesso, principalmente após a introdução de um motor um pouco mais potente, o 246 GT e GTS (o 24 significa a cilindrada, 2,4 litros; e o 6 representa o número de cilindros).

A versão seguinte, o 308, já tinha um motor V8 e acabou por fazer a transição para a Ferrari. Entre 1973 e 1976 era apenas Dino, a partir desse ano e até 1980 ‘recebeu’ o icónico cavalinho e passou a Ferrari Dino.

Segundo Marchionne, o novo Dino terá à volta de 500 cavalos, será mais pequeno e leve do que o actual 488, e até vir a envergar um motor V6 como os originais, uma vez que já foram desenvolvidos recentemente pela icónica marca motores desse género para a Maserati e para a Alfa Romeo.

Um coisa é certa, não será mais barato ou muito mais barato do que os restantes Ferrari, cujo preço mais baixo ronda os 250 mil euros. Sergio Marchionne avançou na entrevista que o modelo até pode ter a sua marca própria, tal como no passado. “Não se deve brincar com os interesses dos clientes”, explicou, confessando que odiou o Porsche Boxster por ter sido visto como um ‘Porsche barato’.

emanuel.costa@sol.pt