10 de Junho: Nóvoa não quis repetir

Cavaco voltou a convidar ex-reitor da Universidade de Lisboa para presidir às comemorações do 10 de Junho.

Foram várias as personalidades que ao longo dos últimos 10 anos Cavaco Silva nomeou para presidirem às comemorações do 10 de Junho e algumas mais do que uma vez. Sampaio da Nóvoa, actual candidato a Belém, foi a ‘revelação’ em 2012, mas foi também o único a não repetir a experiência.

Ao que o SOL apurou, o Presidente chegou a endereçar novo convite ao ex-reitor da Universidade de Lisboa para organizar as comemorações no ano seguinte. Mas Nóvoa não quis repetir e acabou por haver um acordo entre as duas partes para que assim fosse.

Quando Cavaco Silva chegou à Presidência da República, em 2006, a organização das comemorações estava desde 1998 entregue a João Bénard da Costa, ex-director da Cinemateca Portuguesa. Assim continuou durante os três primeiros anos do mandato de Cavaco. Daí para a frente, o Presidente procurou escolher personalidades relacionadas com as temáticas sobre as quais estava a dar destaque e a Bénard da Costa sucedeu o sociólogo António Barreto, que desempenhou estas funções entre 2009 e 2011 – fase em que Cavaco iniciou os seus roteiros sociais pelo país.

A escolha de Sampaio da Nóvoa  surgiu numa altura em que o Presidente estava focado na Educação e a discussão da fusão de universidades estava em curso. Depois entrou Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social: o agora conselheiro da Comissão Europeia foi responsável pelo 10 de Junho em 2013 e 2014, quando Cavaco apelou insistentemente aos consensos e à concertação social.

O último de Cavaco

Este ano – o último 10 de Junho em que Cavaco discursou como Presidente, numa cerimónia em Lamego –, foi a vez da investigadora Elvira Fortunato, professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, presidir à comissão organizadora.

Ao longo desta década, os discursos do 10 de Junho do Presidente têm reflectido, sobretudo, uma análise da situação do país, com Cavaco a aproveitar para fazer apelos. No ano passado, debruçou-se sobre o período pós-troika: «esperança» e «confiança» foram duas palavras-chave do discurso.