Infanta Cristina perde título de duquesa

A Infanta Cristina manifestou a sua vontade em renunciar ao título de duquesa de Palma de Maiorca e “está de acordo” com a decisão do Rei Felipe VI em revogar-lhe esse direito, assegurou hoje o advogado Miquel Roca.

O Boletim Oficial do Estado (BCOE) publica hoje o Decreto Real assinado pelo Rei Felipe VI e pelo chefe de Governo, Mariano Rajoy, no qual a Infanta Cristina deixa de ser a duquesa de Palma de Maiorca, por decisão do seu irmão.

A irmã do Rei ostentava o título desde 1997, por decisão de seu pai, Juan Carlos I, quando se casou com o seu marido, Iñaki Urdangarin, tornando-se ambos duques de Palma.

A Infanta Cristina já havia manifestado "desde há vários dias" a sua vontade em renunciar ao título, segundo disse o seu advogado Miquel Roca.

O juiz do caso Nóos, José Castro, que investiga o alegado desvio de fundos públicos pelo instituto Nóos, sociedade sem fins lucrativos à qual o marido da Infanta presidiu entre 2003 e 2006, recusou hoje dar a sua opinião sobre a suspensão do título nobiliárquico.

A 22 de dezembro passado, o juiz José Castro decidiu incluir a infanta Cristina entre os acusados de fraude fiscal no auto de abertura do julgamento, por cumplicidade nos crimes fiscais cometidos pelo marido, Iñaki Urdangarin, no âmbito do caso Nóos.

Iñaki Urdangarin, marido de Cristina, é suspeito de ter desviado 6.1 milhões de euros de dinheiros públicos através do Instituto Nóos, uma, que celebrou contratos com várias empresas públicas das Baleares e de Valência.

Castro e o procurador Pedro Horrach mantiveram uma controvérsia pública, através dos seus escritos durante a instrução do processo, sobre se a condição da Infanta Cristina de Borbon a tinha protegido na investigação judicial em torno do seu papel na presumível teia de corrupção ou, se pelo contrário, fez com o juiz atuasse de forma inquisitiva contra ela.

Lusa/SOL