Duas noites em Londres

Na minha recente passagem por Londres tive oportunidade de visitar alguns dos espaços referência da noite, um ritual que não prescindo sempre que vou para fora para me inteirar das novas tendências, dos hábitos e comportamentos de públicos diferentes, até porque nada como testemunhar in loco as referências que me vão chegando para que possa…

Lá, tal como cá, as tribos urbanas têm os seus espaços bem identificados, salvo raras excepções como é o caso do Beat, clube tipicamente londrino onde a classe alta se mistura com a Party People num ambiente de festa com sonoridades mais alternativas para quem se quer alongar pela noite dentro, depois dos tradicionais clubes privados. Surpreendente só o facto de a zona mais requisitada ser a porta da copa junto a um dos bares em que um segurança vai escolhendo, a dedo, os felizes contemplados que podem passar para um beco nas traseiras do prédio junto às escadas de emergência, que não é mais do que uma zona de fumadores VIP em que se misturam caras conhecidas com os copeiros atarefados (claramente a ASAE não passou por ali…).

Tudo começa, no entanto, ao fim da tarde com bares e esplanadas cheios de engravatados, num hábito que teima em não chegar a Portugal – beber um copo ao fim da tarde, depois do trabalho. Segue-se o jantar e é aí que se começa a fazer a diferença.

Entre estes, o Tiger Tiger domina as escolhas dos mais jovens, despretensioso e bem animado, cheio de universitários para quem a comida apenas serve para ensopar aquilo que pretendem beber durante a noite. O Burger & Lobster ou hamburguer e lagosta é a nova moda da capital inglesa e, tal como o nome indica, só tem esses dois pratos no menu e o valor é o mesmo, a rondar os 25€ por pessoa. Foi no entanto o Sketch que me encheu as medidas. Super dinâmico e moderno com todo o tipo de expressões artísticas e instalações, onde nada foi deixado ao acaso e em que para reservar mesa por vezes é preciso esperar três meses! Dois restaurantes, dois bares e um clube em formato de ovo gigante frequentado pela moderna alta sociedade londrina.

Finalmente os clubes privados, de acesso apenas para membros ou com uma boa cunha. O Madox e o Nº41 são de excelência não só pelo requinte, mas também porque conseguem fazer festa num ambiente um pouco mais conservador. Ambiente esse super seleccionado, bebidas caras, mas a certeza de que estamos no sítio certo mal passamos da porta. Aqui a qualidade premeia-se e paga-se, essa é a grande diferença.