Portuguesa descobre novo método de detecção precoce do cancro do pâncreas

Um grupo do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) descobriu uma forma não invasiva de fazer um diagnóstico precoce – fundamental, por isso, para um tratamento com sucesso – do cancro do pâncreas. Liderada por Sónia Melo, a equipa demonstrou que a detecção de exossomas com uma determinada proteína está…

 Os exossomas são vesículas minúsculas produzidas por todas as células do corpo humano, que contêm material genético (RNA e DNA) e molecular (proteínas e lípidos) representativos das células que lhes deram origem. Depois de produzidos, os exossomas podem ser libertados na circulação sanguínea, chegar a órgãos distantes e alterar as células desses órgãos. 

O estudo da equipa do IPATIMUP foi publicado hoje na revista Nature e demonstrou que as células tumorais do pâncreas produzem exossomas que possuem a proteína glypican-1 (GPC1). Sónia Melo e o grupo descobriram que a presença de exossomas com esta proteína no sangue permite distinguir indivíduos sem doença ou com doença benigna do pâncreas, de doentes com cancro do pâncreas. Num modelo experimental com ratinhos de laboratório foi possível demonstrar que a detecção de exossomas positivos para GPC1 se correlaciona com a presença de lesões pancreáticas iniciais não detectáveis por ressonância magnética. 

Assim, com esta técnica, é possível fazer um diagnóstico correcto e atempado do cancro do pâncreas de maneira não invasiva – para tal poderá bastar uma simples análise ao sangue.

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