50% da população da Região de Coimbra tem apenas a antiga quarta classe

Metade da população dos 19 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) possui uma formação escolar igual ou inferior à antiga quarta classe, disse hoje um dirigente desta entidade.

"O baixo nível da formação académica da maior parte das famílias" é um dos problemas identificados num levantamento do setor da educação nesta comunidade, onde vivem cerca de 450 mil pessoas, disse o secretário executivo da CIM-RC, Jorge Bento, aos jornalistas.

Jorge Bento falava à margem de uma sessão de divulgação do estudo "Medidas públicas de apoio ao empreendedorismo social: abordagens inovadoras no FSE de 2014-2020", promovida em Coimbra pela Deloitte Consultores – R&D and Government Incentives.

A cidade de Coimbra possui uma das mais antigas universidades do mundo, fundada em 1290 pelo rei D. Dinis, e outros estabelecimentos do ensino superior politécnico, frequentados por cerca de 50 mil estudantes nacionais e estrangeiros.

A CIM-RC integra "municípios bastante diferenciados", do litoral e do interior, reunindo territórios mais populosos e com características urbanas, como os concelhos de Coimbra e Figueira da Foz, e outros predominantemente rurais, como Góis e Pampilhosa da Serra, por exemplo, em zonas montanhosas e considerados de baixa densidade demográfica.

Por outro lado, a região continua a perder população e também "as previsões da natalidade não são famosas", adiantou o antigo presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, indicando, a propósito da apresentação da Deloitte, no auditório da Fundação CEFA, em Coimbra, que "os problemas sociais da região não diferem muito" do resto do país.

"A dimensão das respostas sociais cada vez mais tem de ser pensada como missão da própria comunidade" e a prossecução dessas medidas "não pode vir exclusivamente" do Estado, num momento em que, tanto em Portugal como na União Europeia (UE), desde 2008, se verifica "um agravamento das condições de desequilíbrio social" devido à crise económica e financeira.

O empreendedorismo social, envolvendo misericórdias, cooperativas, associações e fundações, entre outras instituições, "é cada vez mais um setor que cria riqueza e emprego", movimentando "milhares de milhões de euros" nos estados que integram a UE.

A propósito, o secretário executivo da CIM da Região de Coimbra frisou que, no contexto da programação financeira da Comissão Europeia para o período de 2014 a 2020, os apoios ao setor contam com "uma dotação financeira mais generosa".

"As políticas sociais são determinantes na atenuação das situações de desemprego e de exclusão", acrescentou.

Jorge Bento disse aos jornalistas que, até 2020, a CIM-RC vai tentar combater "a prevenção do abandono escolar e a promoção do mérito"", procurando melhorar a ação das escolas, em articulação com as famílias, autarquias, outras entidades públicas e privadas.

Lusa/SOL