Portugal é o país com mais projetos de cooperação com Aliança do Pacífico

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse hoje à Lusa que Portugal tem 12 projetos de cooperação com a Aliança do Pacífico, de um total de 47, sendo o país com mais projetos com aquele bloco regional. 

Pires de Lima falava à Lusa a propósito da sua presença no fórum da Aliança do Pacífico, bloco regional formalmente criado em junho de 2012 pelo Chile, Colômbia, México e Peru, onde esteve a representar Portugal, que é país observador desde maio de 2013.

"Esta Aliança do Pacífico está a ganhar um peso e uma importância geopolítica também comercial na região, que Portugal faz bem em não descurar", sublinhou o governante, no último dia do fórum que arrancou na quarta-feira no Peru. 

"Dos vários países observadores, e há dezenas, só cinco se fizeram representar a nível ministerial, precisamente um deles é Portugal, e foi o segundo país a quem foi dada a honra de usar a palavra na sessão que reuniu países observadores" com o bloco regional.

"Dos 47 projetos de cooperação que a Aliança do Pacífico lançou nos últimos dois anos com países observadores, 12 são projetos com Portugal em áreas diferentes que têm a ver com turismo, com a formação, com as infraestruturas", disse o ministro.

Ou seja, Portugal tem praticamente um quarto dos projetos de cooperação com a Aliança do Pacífico.

"Portugal é o país, de longe, que tem mais projetos de cooperação com a Aliança do Pacífico: mais do que Alemanha, mais do que a Itália, seguramente mais do que a Espanha, mais do que Austrália ou a Nova Zelândia", sublinhou o governante.

"Creio que este é um sinal muito importante", afirmou, já que o bloco regional está a assumir-se como um grande mercado da América Latina, com 210 milhões pessoas, privilegiando "muitos dos valores" que existem na Europa Ocidental, quer no comércio, livre-comércio como direitos humanos.

"É por isso um fórum privilegiado para Portugal consolidar relações políticas e estabelecer relações económicas e empresariais com países que têm dito muito nas nossas prioridades políticas e na diplomacia económica nos últimos anos", acrescentou.

Pires de Lima salientou o facto de Portugal estar representado por um ministro e secretário de Estado, enquanto outros países delegaram a representação em embaixadores e outros representantes diplomáticos.

Na quinta-feira, Portugal teve reuniões bilaterais com o Peru, México (dois encontros) e Colômbia (dois encontros).

"Foram muito produtivas porque permitiram dar continuidade a alguns dossiês que lentamente têm vindo a conhecer alguma evolução, ainda não toda aquela que desejamos, mas estão no caminho certo", disse, citando o caso de Portugal ser considerado "como país de alta vigilância sanitária e, portanto, com menos trâmites do ponto de vista administrativo".

Este é um tema que já foi abordado em 2014, mas que ainda "precisa de um empurrão político para contornar alguma morosidade administrativa", disse.

"O tema da exportação de produtos lácteos, carne bovina, pera e maçãs, nomeadamente para o Peru, mas também para o México" foi abordado nestas reuniões, tal como "algumas oportunidades" que foram sinalizadas "de investimento português na área do turismo, como nas infraestruturas", explicou, adiantando que "Portugal é bem-vindo".

António Pires de Lima fez um balanço é "muito positivo" do fórum da Aliança do Pacífico.

"Acho que Portugal fez bem em se ter representando ao nível governamental e marcou a diferença não só pela intensidade dos projetos com Aliança do Pacífico, mas (também) pela forma como politicamente apresentou a sua própria agenda", disse.

Portugal definiu cinco áreas de cooperação privilegiada com o bloco regional: tecnologias de informação, nomeadamente para a educação, turismo, portos, infraestruturas não marítimas e energias, com enfoque nas renováveis.

"Estas cinco áreas de cooperação reforçada foram propostas por Portugal e são cinco áreas onde as empresas portuguesas poderão vir a ser chamadas a ter um papel principal" na Aliança do Pacífico, concluiu.

Lusa/SOL