Presidenciais. Paulo Morais não quer apoio de partidos e de dirigentes partidários

O candidato presidencial Paulo Morais afirmou hoje que não espera nem quer o apoio de partidos e de dirigentes partidários, considerando que tem havido um concurso pelo apoio de PS, PSD e CDS.

Questionado pela Lusa se espera o apoio de algum partido, Paulo Morais respondeu que "não, de forma nenhuma".

"Não só não espero como não quero o apoio de nenhum partido. Não quero o apoio de partidos, nem de dirigentes partidários, eu quero o apoio de cidadãos que livremente adiram ao meu projeto de candidatura", sublinhou no final de uma reunião com a direção com o Sindicato dos Jornalistas.

Quanto à divisão dos candidatos presidenciais em esquerda e direita, o professor universitário referiu não ver essa divisão, e declarou que "quando se fala de candidatos à direita e à esquerda, verdadeiramente aquilo de que se fala no espaço público são os candidatos apoiados pelo PS ou pelo PSD/CDS, pela atual maioria, e de facto tem havido um concurso pela obtenção do apoio do PS, por um lado, e do PSD/CDS pelo outro".

Paulo Morais vincou também que, na sua opinião, "os candidatos presidenciais devem ser candidatos individuais que devem falar livremente com o seu eleitorado e não deve haver 'arrebanhamento' de votos".

A reunião com o Sindicato dos Jornalistas teve como tema a liberdade de expressão, que, na opinião de Paulo Morais, "tem estado mitigada" por vários aspetos, nomeadamente pelo "excesso da utilização de acusações por difamação", a "grande concentração de propriedade nos órgãos de comunicação social" e a precariedade na profissão de jornalista.

Referindo já ter sido alvo de processos por difamação, e admitindo que os jornalistas são os profissionais que mais "são incomodados apenas porque divulgam situações que são irregulares", o candidato presidencial afirmou que "o crime por difamação, tal como existe em Portugal, deve acabar".

"Um dos primeiros aspetos para o aumento da liberdade de expressão em Portugal, é estar, não só a justiça, como a legislação, mais do lado de quem denuncia do que do lado de quem tenta cercear a liberdade de expressão", sublinhou.
Quanto à concentração dos órgãos de comunicação social, Paulo Morais afirmou que existem alguns que "vivem até de forma artificial, muitas vezes com pouco público, apenas porque são detidos por grupos económicos que utilizam os órgãos de comunicação social como instrumentos de propaganda".

O candidato presidencial, que se apresentou na corrida a Belém em abril, disse ainda que "quem exerce uma qualquer profissão numa situação de precariedade é menos independente", mas isso torna-se "particularmente grave no exercício da profissão de jornalista porque um jornalista na situação de precariedade profissional se não é independente, naturalmente não poderá fazer o exercício integral da sua profissão".

"A liberdade de expressão é um direito constitucionalmente consagrado e um Presidente da República que jura cumprir e fazer cumprir a Constituição tudo fará para que nestes diversos aspetos, a liberdade de expressão seja reforçada em Portugal", declarou.

Paulo Morais apresentou a sua candidatura à Presidência da República a 18 de abril, no Porto.

Lusa/SOL

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