SBSR festeja 20 anos de volta ao Tejo

Se Damon Albarn quiser, hoje à noite pode actuar durante mais de quatro horas que ninguém o vai expulsar de palco como aconteceu há duas semanas em Roskilde, durante um concerto na Dinamarca do projecto Africa Express, que lidera. A garantia é dada por Jwana Godinho, da Música no Coração, responsável pela organização do Super…

Nenhuma das actuações é estranha ao público nacional, uma vez que as duas formações já passaram por Portugal em ocasiões recentes. Mas os regressos, tanto da banda de Damon Albarn, como da de Florence Welch, acontecem “em momentos particularmente especiais”, uma vez que os primeiros vêm apresentar ao vivo The Magic Whip (disco que marca o reencontro do quarteto original 16 anos depois de o último trabalho juntos, 13) e os segundos redimem-se perante o público nacional, depois de, há três anos, terem cancelado o concerto que tinham agendado para o Alive.

No campo das apostas das estreias mais interessantes, Benjamin Clementine (hoje) e FFS (amanhã) são duas actuações que vale a pena espreitar. O britânico Benjamin Clementine, de 25 anos, acaba de lançar o seu álbum de estreia, At Least for Now, obra que faz sobressair um cantor majestoso, com uma interpretação e talento vocal irrepreensível. Já os FFS, que resulta da junção dos escoceses Franz Ferdinand com os norte-americanos Sparks, prometem um espectáculo onde a aparente esquizofrenia que os une joga a seu favor, num espectáculo cheio de psicadelismo, electrónica experimental, new wave e pop.

Ao lado destas novidades, surgem alguns artistas repetentes, muitos deles que passaram recentemente pelo MexeFest, cuja organização também pertence à Música no Coração. Savages, Kindness, Perfume Genius (actuou ontem) e Kindness fazem parte desse lote, “porque percebeu-se que são artistas que têm crescido e que atraem muito público”.

Regresso a Lisboa

O encontro entre Jorge Palma e Sérgio Godinho é outro dos momentos especiais do SBSR, considera Jwana Godinho, realçando igualmente o regresso do festival a Lisboa, depois de cinco anos no Meco. “Esta edição marca os 20 anos de existência do SBSR e queríamos celebrar a data de forma especial”, diz a responsável pelo cartaz, comentando a vontade de recordar as origens do evento: “Voltamos a estar ao lado do Tejo, uma vez que em 1995 o festival começou por se realizar na Gare Marítima de Alcântara”.

A par da localização, o formato também se altera. Do ar livre passamos para o interior do Meo Arena, no Parque das Nações, no que diz respeito ao palco principal. Só os restantes três palcos secundários permanecem a céu aberto. “O SBSR sempre foi muito camaleónico. Apresentar um formato diferente faz parte das premissas do festival”, diz Jwana, fixando em 20 mil espectadores por dia, de forma a garantir que todos os presentes possam ver os espectáculos que querem.

“Este ano vamos ter um festival mais gourmet”, remata a responsável, apostada em fazer da edição que assinala os 20 anos de SBSR como uma das melhores de sempre do festival.

alexandra.ho@sol.pt