Esta iguaria portuguesa promete dar que falar

A Confraria do Covilhete foi formalmente criada hoje, em Vila Real, para projetar e promover o consumo deste pastel salgado que é “um ícone gastronómico” da cidade transmontana.

A associação de direito privado e sem fins lucrativos junta 16 confrades, a maior parte deles produtores de covilhetes, uma espécie de empada feita com massa folhada e recheada com carne de vaca.

O professor Hilário Oliveira, o primeiro subscritor da confraria, disse que hoje foi dado mais um passo na defesa do património gastronómico de Vila Real e que o objetivo da associação é "promover e divulgar esta iguaria impar".

ideia é ainda alavancar à boleia do covilhete, outros produtos regionais como outros produtos gastronómicos típicos, o vinho e o barro negro de Bisalhães, cujos recipientes são muitas vezes usados para

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, afirmou que este produto já é conhecido a nível regional, mas salientou que é preciso divulga-lo a nível nacional e internacional.

O autarca disse ainda já se lançou a certificação do covilhete, no entanto, referiu que este será um processo longo e que será feito em conjunto com a confraria.

Jorge Mourão, proprietário de uma pastelaria da cidade, salientou que o covilhete representa uma fatia muito grande da sua produção" e adiantou que diariamente produz entre "300 a 400" destas empadas.

Este responsável elogiou a criação desta associação, que disse que vai ajudar a divulgar também a cidade, e referiu que as novas gerações "também gostam" de comer esta iguaria.

Na padaria de António Rodrigues ainda se produz o covilhete nos moldes tradicionais, com uma "massa tenra quebrada que é mais trabalhosa".

Este empresário referiu que os seus clientes preferem esta "confeção à moda antiga" e frisou que vai avançar com um projeto de congelação e de internacionalização deste produto.

Este é o salgado que mais se vende em Vila Real. Há turistas que visitam as pastelarias da cidade de propósito para provar o covilhete.

Antigamente estes folhados de carne eram apenas vendidos nas festas de Santo António, do Senhor do Calvário e da Senhora da Almodena. O seu nome está associado à pequena forma de barro preto de Bisalhães em que iam ao forno.

Na década de 60, do século XIX, os covilhetes começaram a ganhar notoriedade na gastronomia local e, no século XX, já havia pessoas a que os vendiam pelas ruas da cidade em tabuleiros cobertos com panos de linho.

Atualmente são confecionados diariamente nos principais estabelecimentos comerciais desta localidade. 
Os primeiros confrades serão entronizados até ao final do ano. 

Lusa/SOL