Sondagens internas animam PSD

Na maioria, vive-se um clima de confiança que há um ano era impensável. “Acha que temos por garantido que o PS vai ganhar as eleições?”, chegou a perguntar Passos à jornalista da SIC, Clara de Sousa, em tom divertido. Sem euforias, o entusiasmo é evidente.

A esperança é sustentada pelos números dos últimos meses. Há sondagens internas de quinze em quinze dias que apontam para uma tendência de subida. A última, do início do mês, revela a coligação com uma vantagem de cerca de 2,5% face ao PS. “Tecnicamente, há um empate. Mas isto são números que há um ano eram impossíveis”, comenta uma fonte da direcção. “Se formos para férias empatados, temos grandes hipóteses de vencer as eleições”, reforça um membro do Governo.

Resultados positivos levam partido a pedir novo estudo

Os números são tão surpreendentes que na maioria chegou-se a duvidar dos resultados. A solução foi pedir um estudo a outra empresa. Mas os dados não se alteraram e na coligação há cada vez mais a ideia de que ainda é possível sonhar com a vitória, mesmo que Pedro Santana Lopes tenha na semana passada considerado que “se Passos ganhar [depois de quatro anos de austeridade], é digno do Guiness”.

A receita que a maioria acredita ser vencedora passa pela insistência numa das grandes mensagens que Passos Coelho já deixou na entrevista à SIC. “Serenidade, previsibilidade e estabilidade. Passos tem um caminho. Sabe de onde veio e para onde vai”, resume um vice-presidente de Portas. “Sou previsível? Sou”, disse mesmo o líder social-democrata, que se descreveu como “coerente” e atacou o programa do PS por ser “arriscado”.

Programa fechado e sem grandes surpresas

“As grandes linhas do programa eleitoral estão definidas entre Passos e Portas”, adianta uma fonte da direcção do PSD, que assegura não haver lugar a grandes surpresas.

“O que lá está vai na linha do que foi o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, entregues em Bruxelas em Abril”, frisa a mesma fonte, explicando que na maioria ninguém quer mudar a receita seguida. Passos aproveitou, aliás, a entrevista à SIC para lembrar que o programa eleitoral que apresentou em 2011 era “para dois mandatos” e para desfazer aquela que era uma das maiores incógnitas no que toca às ideia da maioria: a solução para a Segurança Social.

O líder do PSD assumiu que não vai apresentar uma proposta fechada para essa reforma. “Gostaria de deixar isto em aberto”, disse, afirmando que a coligação ainda não desistiu de uma reforma para a Segurança Social com o contributo do PS. “Estamos disponíveis para ter um consenso alargado”, sublinhou.

Depois de meses a atacar Costa por não apresentar ideias, PSD e CDS têm sido criticados por ainda não terem apresentado o seu programa. O novo deadline apontado é o final do mês, a altura em que as listas terão também de ficar fechadas. Na maioria desvaloriza-se o atraso e explica-se que, sem grande novidade para anunciar, a apresentação será apenas mais uma forma de marcar a agenda antes das férias.

margarida.davim@sol.pt