BES. Presidente do BCP diz que a Justiça tem que funcionar

O presidente do BCP, Nuno Amado, não se quis alongar hoje em comentários sobre os recentes desenvolvimentos do caso BES/GES, considerando que é uma questão que está no foro da Justiça e que esta tem que funcionar.

BES. Presidente do BCP diz que a Justiça tem que funcionar

"Não tenho que comentar, é um tema de Justiça, que tem que funcionar", afirmou o responsável durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do BCP no primeiro semestre.

E realçou: "O sistema bancário e o BCP em particular também vão ser afetados pelo processo através do Mecanismo de Resolução. Não vale a pena especular, é preciso esperar".

Questionado sobre se já tem indicações do Banco de Portugal sobre a questão específica do Fundo de Resolução, Nuno Amado disse que o supervisor bancário só vai dar essas indicações à banca quando forem conhecidas as condições de venda do Novo Banco – banco de transição resultante da intervenção do Banco de Portugal no Banco Espírito Santo (BES).

"É nossa expectativa que um eventual 'gap' [diferencial] entre o valor que o fundo colocou no Novo Banco e o valor de venda, que esperamos que seja o menor possível, seja absorvido pelas contribuições regulares que se vão manter ao longo dos próximos anos", lançou.

"Se for preciso uma contribuição extraordinária, que esperamos que não seja, será repartida ao longo dos próximos semestres", vincou o gestor.

E concluiu: "A nossa melhor expectativa é que seja possível pelas contribuições recorrentes e que, se houver uma extraordinária, que seja a menor possível".

Quanto ao impacto que o caso BES/GES (Grupo Espírito Santo) tem sobre o setor bancário português, Nuno Amado admitiu que o ideal era que nada se tivesse passado, mas face à realidade, cabe à banca trabalhar para recuperar a credibilidade do setor.

"O melhor é não andar nos jornais e não haver as notícias que tem havido. A banca tem que ter em atenção o reforço do balanço", sublinhou.

A propósito, Amado assinalou que o BCP tinha um rácio de capital em 2011/2012 na ordem dos 5% e hoje tem 13% (com critérios mais exigentes).

Lusa/SOL