Vegetação alta a tapar sinais faz turistas perderem-se no Gerês

Em quatro meses perderam-se onze pessoas nos trilhos do Gerês, a maioria das vezes por os sinais pintados nas pedras estarem tapados por vegetação elevada. Mas até sexta-feira ficará tudo resolvido, garante o presidente da Câmara de Terras de Bouro.

Desde o dia 3 de Abril de 2015 perderam-se cinco casais de turistas – quatro eram estrangeiros – e uma jovem francesa. Ao todo seis mulheres e cinco homens, no espaço de quatro meses, quando ainda não é época alta para os caminheiros.

Segundo o SOL apurou no local, o motivo foi quase sempre o mesmo. Os caminhantes deixavam de ver as pinturas amarelas e encarnadas que indicavam estar no caminho certo. Ou seguiam para a frente ou retornavam pelo mesmo caminho, mas nem sempre chegavam ao ponto de partida, especialmente quando aproximava a noite. Depois de pedirem socorro através do telemóvel – apesar de a rede não estar disponível em todos os locais – acabaram resgatados sãos e salvos.

Mas o presidente da Câmara Municipal de Terras do Bouro, Joaquim Cracel, em face do elevado número de casos e dos alertas sucessivos, afirmou hoje ao SOL que “já antes do final da semana” a autarquia irá “deixar tudo pronto”. Portanto, “até sexta-feira estará resolvido e ninguém poderá ter qualquer receio em andar com segurança pelos trilhos do Gerês”.
 
Mimosas tapam fragas

Nos seis casos em que foi pedida ajuda à GNR, metade – três – ocorreram no Trilho dos Miradouros, a partir do qual se vê, entre outras zonas, a vila termal do Gerês. A GNR do Gerês apercebeu-se que a vegetação estava muito alta, mimosas, principalmente, que ao crescerem tapavam fragas, pedras onde estão desenhados os pequenos sinais indicativos da direcção a tomar.

Miguel Teixeira, o responsável directo pelos 14 trilhos existentes, a cargo da Câmara Municipal de Terras de Bouro, diz ao SOL, que esteve “no terreno a ver a situação no Trilho dos Miradouros, onde algumas sinalizações estavam tapadas pela vegetação alta”, assegurando que “toda a situação ficará resolvida até sexta-feira”, reiterando as garantias dadas pelo presidente da autarquia. Segundo acrescentou, o corte dessas mimosas já começou nas últimas horas. 

“Na maior parte dos casos trata-se de mimosas, que após os incêndios renascem muito rapidamente” esclareceu aquele especialista da autarquia do Gerês, referindo-se a um fogo florestal de grandes dimensões que atingiu o Gerês no início desta década.