Investidos 800 milhões em 2015

No primeiro semestre do ano foi registado um investimento em imobiliário nacional na ordem dos 800 milhões de euros. Para o total de 2015, espera-se que o volume transaccionado seja superior a 1,2 mil milhões de euros.

Os investidores em imobiliário português estão bastante optimistas quanto à evolução do mercado, estando dispostos a investir em produtos com maior perfil de risco num ano que está a posicionar-se como histórico para o investimento imobiliário, revela o primeiro Barómetro IPD/JLL.

De acordo com o relatório, o aumento de confiança no mercado e na própria evolução da economia é também visível nas estratégias de investimento destes players, dos quais cerca de 50% consideram investir ou em activos por reestruturar ou em activos com desocupação.

Estas são algumas das principais conclusões do Barómetro IPD/JLL, um documento que regista o sentimento e perspectivas de evolução do mercado imobiliário junto dos principais investidores a operar em Portugal.

Produzido pela empresa de estudos de mercado IPD e pela consultora Jones Lang LaSalle, este Barómetro terá uma regularidade semestral. “Trata-se de uma nova ferramenta que contribuirá para aumentar a transparência e visibilidade actuais do mercado de investimento imobiliário em Portugal, o que é especialmente relevante numa altura em que o país continua a consolidar a sua credibilidade junto dos mercados internacionais”, revela António Gil Machado, vice-presidente da MSCI Ibéria e Brasil (dona da IPD).

Em Lisboa os escritórios estão em destaque, em especial os localizados no eixo da Av. da Liberdade à Praça Duque de Saldanha (Prime CBD) e no Parque das Nações; e também o retalho, em particular as lojas de rua. São estes os produtos imobiliários que maior interesse reúnem junto dos investidores inquiridos pelo barómetro.

Segundo a ferramenta de análise, “os investidores revelam uma preferência [28%] por activos de renda garantida”, embora muitos revelem estar dispostos a assumir um maior risco.

O relatório IDP/JLL revela igualmente que “25% dos inquiridos declaram ter interesse em activos por reestruturar e 24% em activos com desocupação”. A dimensão do mercado e a escassez de produto têm levado os investidores a procurarem alternativas e produtos com maior perfil de risco.

Imobiliário residencial alvo de desinvestimento

Já o sector residencial surge como alvo de desinvestimento, como produto “a vender” por 22% dos inquiridos. A baixa rentabilidade e a dificuldade de gestão deste tipo de activos são alguns dos argumentos mencionados. Os produtos secundários, tais como escritórios localizados nas zonas secundárias de Lisboa ou do Porto, são também incluídos no grupo de produtos para venda a curto prazo.

Pedro Lancastre, director-geral da JLL Portugal, salienta que “os mercados ocupacionais estão em franca recuperação, principalmente nos escritórios e no retalho, assim como a economia, o que tem levado a um forte crescimento do investimento”. Refere também que “a percepção dos investidores é que se deverá continuar a crescer nos principais indicadores, o que somado à dimensão do mercado e à escassez que já começa a sentir-se nos produtos prime, tem levado a estratégias de investimento com maior perfil de risco”.

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