Estado vende banco do ex-BPN a sociedade com capitais portugueses e angolanos

O Banco Efisa, banco de investimento nas mãos do Estado desde que a nacionalização do BPN no final de 2008, vai ser vendido à sociedade Pivot, da britânica Aethel.

A venda foi confirmada pela Parparticipadas, o veículo criado para gerir os activos tóxicos do universo do antigo BPN que ficaram no universo estatal.

"A Parparticipadas informa que, no âmbito do processo de alienação da totalidade do capital do Banco Efisa, chegou a acordo com o candidato Pivot, sociedade de que são accionistas entidades portuguesas e estrangeiras", lê-se no comunicado.

Sem qualquer referência ao preço da alienação, as últimas informações apontam para um valor de 38 milhões de euros, a proposta mais elevada entre os dois candidatos.

Pelo caminho ficou a oferta da Patris Global Markets, liderada por Gonçalo Pereira Coutinho – que detém a Real Vida, Fincor, e a Patris Gestão de Activos.

O mesmo comunicado adianta que "o processo prosseguirá agora com a obtenção, nos termos legais dos respectivos pareceres e autorizações das Autoridades Governamentais e de Supervisão". 

A Pivot é um veículo que agrega vários investidores ligados à gestora britânica Aethel Partners.

Criada em Julho de 2014, a Aethel actua como representante da Mirabella Advisors e é detida pelo português Ricardo Santos Silva (que passou pelo BBVA, BESI e Lyxor) e a norte-americana Aba Schubert.

Ricardo Santos Silva e Aba Schubert são também acionista maioritários da Pivot, que conta ainda com capitais do angolano Mário Palhares (ex-presidente do BAI) e do português António Bernardo (consultor da Roland Berger).

Com a licença bancária obtida com a compra do Banco Efisa, a Pivot tem a porta aberta para desenvolver o banco de investimento. Além disso, pretende apostar na internacionalização da instituição para mercados que considera estratégicos, como o português, moçambicano, angolano e brasileiro.

O Estado já tinha tentado vender o Banco Efisa duas vezes. À terceira foi de vez. De acordo com as últimas informações do Tribunal de Contas, a nacionalização do BPN, em 2008, reprivatizado em 2012, já custou aos cofres do Estado um prejuízo de 2691,2 milhões de euros.

 Em 2014, o Banco Efisa teve prejuízos de 700 mil euros. Em Julho, o Estado injectou mais 12,5 milhões de euros na Parparticipadas, totalizando 27,5 milhões desde Março.

A Parparticipadas tem ainda por vender o BPN Creditus Brasil e a Imofundos.