Mais de 76% da população deste país está no desemprego

Mais de 76% da população são-tomense está no desemprego, indica um estudo elaborado pelo governo, com apoio da Organização do Trabalho (OIT) e que foi objeto de debate nos últimos dois dias num seminário. 

O ministro do Emprego e Assuntos Sociais, Carlos Gomes, disse que apenas 23,3% da população são-tomense tem "um emprego seguro e moderno", num universo de 56.295 pessoas empregadas.

"Estamos perante uma natureza precária do emprego e a informalização da economia em São Tomé e Príncipe", disse o ministro do emprego e assuntos sociais.

São Tomé e Príncipe tem pouco mais de 180 mil habitantes, de acordo com o último recenseamento geral da população e habitação.

O governo são-tomense pretende inverter a situação e elaborou, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma política nacional do emprego que pretende executar nos próximos cinco anos.

O documento, que visa essencialmente "ajudar na promoção do emprego e redução da pobreza" vai ser executado em torno de três eixos fundamentais: a reforma no setor público, a promoção e desenvolvimento de iniciativas privadas para a criação de emprego e o programa-piloto para a formação e integração profissional dos jovens.

A diretora-geral do Trabalho, Arlete Zeferino, considera que os problemas do emprego devem encontrar soluções de objetivos estratégicos tais como o desenvolvimento da capacidade da economia para criar empregos, a melhoria da empregabilidade dos candidatos ao emprego e a dinamização da governação no setor do emprego.

"É muito importante para a OIT que a política do emprego seja baseada também numa política de capacitação. E nós fazemos uma grande diferença entre o currículo académico e a capacidade que tem um cidadão de fornecer um trabalho factual", sublinhou o representante da OIT, Tomé Soares, neste seminário.

"O diploma é uma certificação de estudos e é preciso que nós transformemos essa certificação de estudos na capacidade de produzir. Competências que permitam aos cidadãos diplomados ou não, que saem das escolas profissionais, universidades e institutos ter uma capacidade de ser um interventor na economia, capaz de produzir riqueza que possa ser redistribuída", explicou Tomé Soares.

O governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada, que venceu as eleições legislativas com maioria absoluta, elegeu o combate ao desemprego como uma das principais prioridades.

Lusa/SOL