Receios de insegurança em mega festa no Algarve

A realização de uma festa de música eletrónica no domingo, na Praia da Falésia, em Albufeira, está a preocupar autarcas e a oposição local, que alegam que o evento não está licenciado e que não reúne condições de segurança.

A festa “Sound Beach – Party on” decorre durante oito horas, entre as 15:00 e as 23:00, e, apesar de se realizar numa praia de Albufeira, o acesso é feito preferencialmente por Vilamoura, no concelho vizinho de Loulé, o que levou aquela autarquia a manifestar a sua preocupação com as consequências de um evento que "não está licenciado" e que não contempla um plano de segurança.

Também o PS/Albufeira, em comunicado divulgado hoje, acusa a Câmara de Albufeira (PSD) de não impedir a realização deste tipo de eventos, com "um elevado impacto ambiental", numa zona "sensível" como a Praia da Falésia, e questiona se a segurança do espaço, de difícil acesso, está acautelado.

"Com eventos desta envergadura todos os cuidados são poucos e podem trazer consequências desagradáveis para o município em termos de imagem e segurança. Não existindo um plano de segurança, como pode este evento ser levado a cabo?", questionam os socialistas, sublinhando que o evento se mantém, mesmo após a Câmara ter indeferido a sua realização por unanimidade.

O presidente da Comissão Política do PS de Albufeira sugere que existem outros locais onde o evento poderia ser realizado "sem colocar em risco a segurança das pessoas e a preservação do meio ambiente", como o estádio municipal de Albufeira.

"A Câmara de Albufeira deve desencadear todos os mecanismos na defesa da boa imagem do concelho e preservando a segurança daqueles que escolhem a nossa cidade como destino de férias", conclui.

Já a autarquia vizinha de Loulé, mostrou-se preocupada com as consequências que o evento pode ter para os residentes e turistas que passam férias em Vilamoura, alegando que o evento não se encontra "devidamente licenciado", nomeadamente em termos de circulação rodoviária ou em situações de emergência.

No final de julho, a Câmara de Loulé transmitiu à organização e às entidades envolvidas – Câmara de Albufeira, GNR, Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Autoridade Marítima – a sua preocupação com a realização do evento, uma vez que "se desconhecem planos de segurança, emergência, trânsito e preparação e recuperação da envolvente".

Num sítio de Internet de venda de bilhetes para espetáculos, o evento, cujas entradas oscilam entre os 15 e os 30 euros, é descrito como um "sunset diferente", num "cenário inspirador".

A Lusa tentou obter uma reação da Câmara de Albufeira, mas tal não foi possível até ao momento.

Lusa / SOL