Imobiliárias com grande crescimento

Não há dúvida de que a compra e venda de casas tem vindo a subir este ano e os números das maiores mediadoras portuguesas demonstram isso mesmo, ultrapassado que está o primeiro semestre. Todas elas conseguiram um elevado crescimento, entre 20% e 38%, e as expectativas são grandes até ao final de 2015.

A Century 21 Portugal registou um aumento na facturação de 38%, com um volume de transacções a ultrapassar os 197 milhões de euros. A facturação da ERA aumentou 36% face ao período homólogo de 2014, tendo sido este o melhor semestre da imobiliária desde a sua entrada em Portugal. há 17 anos. A ERA vendeu 4.000 casas durante os primeiros seis meses do ano, num montante total de 513 milhões de euros. Já a venda de imóveis da RE/MAX cresceu 20% no primeiro semestre deste ano face ao mesmo período do ano passado.

Arrendamento em queda

Se a venda de casas aumentou em todas as redes, o inverso aconteceu no mercado de arrendamento. A Century 21 realizou 1.369 transacções, contra as 1505 do período homólogo, revelando uma diminuição de 9%. Na RE/MAX os arrendamentos desceram 16%; e na ERA, do total da facturação, apenas 25% dizem respeito a operações de arrendamento.

Se o negócio do arrendamento está a descer, o mesmo não acontece nas transacções com clientes estrangeiros. Todas as redes imobiliárias demonstram que o imobiliário português é atractivo.

Na Century 21, entre Janeiro e Junho de 2015 foram efectuadas 607 transacções internacionais face às 574 registadas no primeiro semestre de 2014, uma evolução de 6%. Na ERA a venda de imóveis a clientes estrangeiros representa já 20% do total das vendas. E em termos de nacionalidade, o número de clientes franceses tem crescido consideravelmente, igualando o total de ingleses que compram casa em Portugal.

Algarve mantém preferência nos investidores estrangeiros

Ainda segundo a ERA, a região do país mais procurada, o Algarve, mantém a preferência para 60% dos compradores estrangeiros. Em média, os clientes internacionais investem 250 mil euros, geralmente a pronto pagamento, e procuram tendencialmente vivendas quando escolhem o Algarve ou a região de Cascais; ou então apartamentos quando optam pelas principais cidades como Lisboa e Porto.

“O mercado imobiliário está a recuperar. A confiança dos portugueses, a par da disponibilidade da banca para a concessão de crédito à habitação e do aumento do investimento por parte dos estrangeiros, contribuiu fortemente para estes resultados”, revela Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal.

Também Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, adianta que a evolução positiva do crédito à habitação foi fundamental para a apresentação destes números: “São as famílias das classes média e média baixa que estão a dinamizar o mercado. Esta recuperação sente-se já nos mercados mais periféricos, o que revela também um sinal muito positivo”.

O responsável da Century 21 admite que no primeiro semestre o valor médio dos imóveis transaccionados caiu 16%, quando comparado com igual período de 2014, situando-se actualmente nos 124.600 euros. “Esta é a consequência de uma nova dinâmica da procura no mercado, com as classes média e média baixa a revelarem uma posição predominante, e com os mercados mais periféricos também a registarem um maior peso nas transacções realizadas neste primeiro semestre”, esclarece Ricardo Sousa.

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