Tudo o que precisa de saber antes de mudar de fornecedor de energia

Seis mil portugueses contactaram a Deco nos primeiros sete meses deste ano com dúvidas ou reclamações acerca da mudança de comercializador de eletricidade ou gás, razão pela qual a associação lança hoje uma plataforma digital para recolha de relatos.

Com o mote "Mudança de operador de energia sem problemas", a plataforma digital pode ser usada a partir de hoje pelos consumidores, no site www.deco.proteste.pt/energizar onde vai ser disponibilizado um formulário com perguntas e informações sobre a mudança de operador.

"Queremos potenciar a acessibilidade dos consumidores à reclamação", explicou à Lusa Ana Sofia Ferreira, da Deco, adiantando que no final da campanha a associação irá produzir um relatório sobre as principais reclamações e problemas da mudança de operador para entregar ao regulador (ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), com o objetivo de recomendar medidas de mudança.

Ana Sofia Ferreira destaca a importância de serem implementadas "fortes" regulação e fiscalização da mudança de operador de energia: "Só assim se pode evitar tanto problema e dúvida dos consumidores", disse.
    

Os problemas com a mudança de operador acontecem mais nas mudanças de operador de eletricidade do que do gás, segundo as estatísticas da associação, e aumentaram nos últimos dois anos.

Este ano, até 31 de julho, a Deco recebeu  4.492 reclamações  sobre a mudança de operador de eletricidade e 1.501 reclamações sobre a mudança de gás, ao todo mais 336 reclamações este ano do que em igual período do ano passado.

Entre janeiro e julho de 2014, a associação tinha recebido 4.435 reclamações de eletricidade e 1.222 reclamações de mudança de operador de gás.

Os tipos de reclamações mais comuns são a dupla faturação, problemas na contratação — práticas comerciais desleais, demora no envio da primeira fatura, tempo excessivo na operação de mudança, faturação por estimativa com valores muito elevados e problemas com serviços associados ao fornecimento de energia.

"Não obstante o esforço da entidade reguladora em informar os portugueses sobre este processo, a liberalização do mercado energético tem trazido dissabores aos consumidores que, muitas vezes privados destes serviços públicos essenciais, encaram conflitos com os comercializadores", acusa a Deco.

A associação vai ainda disponibilizar um questionário a preencher nos gabinetes de apoio presencial aos consumidores da sede e seis delegações regionais, para tratamento estatístico a enviar ao regulador.

Lusa/SOL