Morreu o pintor Justino Alves

O pintor e professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Justino Alves, de 74 anos, morreu hoje, no Porto, disse à Lusa um familiar.

O velório do pintor realiza-se hoje, na igreja da Lapa, no Porto, de onde sairá o funeral na quarta-feira, pelas 16:00, seguindo-se a cerimónia de cremação, disse a mesma fonte.

Sobre o seu trabalho, a Galeria Miguel Justino, em Lisboa, destaca a forma como, no desenvolvimento da sua pintura "e, ao longo do tempo, foram sendo construídos ciclos temáticos", a partir dos quais a sua expressão evoluiu, "sobressaindo, do seu exercício [da pintura], imagens de proximidade simbólica à realidade ou sugestões abstracionistas desenvolvidas no plano".

O artista plástico recebeu o Prémio Mestre Joaquim Lopes, em 1958, a Medalha de Prata da IV Mostra D’Arte de Roma, em 1965, o Prémio Nacional de Pintura, em 1969, o Prémio Homenagem dos artistas Portugueses a Almada Negreiros, da secretaria de Estado da Cultura, em 1985.

Justino Alves era membro “Honoris Causa” da Academia Europeia de Belas Artes.

São de sua autoria os painéis do Hotel Costa Verde, em Espinho, do Supremo Tribunal Administrativo, em Lisboa, e a tapeçaria de Portalegre, disposta no Tribunal de Abrantes, fabricada sob cartões seus.

Entre outras obras, é também autor do painel de azulejos no Hotel Lancetour, em Albufeira.

Realizou, para o extinto Ballet Gulbenkian, a cenografia e figurinos para o Bailado “Continuum”, e também para Grupo Nacional de Bailado, e para um bailado de Carlos Trincheiras.

Na área da gravura, trabalhou com os ateliês de António Inverno e Jorge Bastos, assim como com o Centro Português de Serigrafia, em Lisboa, a Cooperativa Árvore, no Porto, e o Centro Arte e Naturaleza, de Madrid.

João António dos Santos Justino Alves, natural do Porto, estudou em Paris, de 1976 a 1978, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Na capital francesa expôs no Centro Cultural Calouste Gulbenkian e na Galeria Documenta, e participou nos salões “Realités nouvelles” e “Grand et jeune d’aujourd’hui”.

Em 1978, regressou a Portugal, onde está representado em vários museus e instituições públicas, assim como em coleções públicas francesas.

Em Portugal expôs individualmente pela primeira vez em 1965, no Museu Abade Baçal, em Bragança.

Segundo dados compilados pela galeria de arte S. Mamede, em Lisboa, ao longo da sua carreira apresentou cerca de 30 exposições individuais, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, nas galerias Ottolini, Tempo e S. Mamede, em Lisboa, na da Junta de Turismo da Costa do Sol, no Estoril, na Casa de Mateus, em Vila Real, na Fundação Caixa Galícia, na Corunha, em Espanha, na Degrau Arte, no Porto, entre outras.

Data de 1965 a seu primeira participação numa exposição coletiva, no Porto, com João Vasconcelos.

No total participou em mais de 50 mostras coletivas, segundo dados da Galeria S. Mamede, em Lisboa.

Lusa / SOL