Abaixo a solução única

A Democracia, sendo um mau regime, é o melhor de todos os que se conhecem. Parece ser consensual, pelo menos na Europa, ou em grande parte dela.

Claro que a Democracia implica absolutamente 2 coisas: a alternância no Poder; e a ideia de que há sempre mais do que uma solução para os problemas, aceitando-se que defendemos uma mas admitimos que outra possa ser melhor. Devia-se acrescentar a isto alguma norma contra a imoralidade do ‘pragmatismo’ ou da ‘eficácia pela eficácia’. A eficácia não interessa nada se atropela o homem que deve ser o primeiro beneficiário do que a Sociedade oferece – como se sugere com o mercantilismo desumano agora de moda.

Vem isto muito a propósito das eleições que se acercam. Gostaria muito de que não fossem eleitos governantes que acreditam serem iluminados e possuidores de uma verdade única, para um caminho apenas – mesmo que aceitem o outro postulado da Democracia, o da alternância.

O problema é que isso exigirá coragem para enfrentar quem se apresenta como mais forte nas instituições da UE. Porque a lógica europeia não é permitir que os mais fortes pisem os mais fracos (como a Alemanha, na sua mentalidade tribal, acabou sempre a pretender), mas que todos se apresentem como uma espécie de iguais. E, nas eleições nacionais, temos também de pensar em termos europeus.