Há cada vez menos professores de português no estrangeiro

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, disse hoje à Lusa haver mais pessoas a aprender português entre os emigrantes, mas admitiu que o número de professores do Estado tem diminuído.

"Hoje temos mais gente a aprender português na Rede do Instituto Camões, embora tenhamos menos professores contratados diretamente do que tínhamos há meia dúzia de anos", afirmou.

Em declarações à Lusa, em Amarante, onde hoje participou num encontro organizado pelo Sindicato de Professores no Estrangeiro, o governante explicou que a rede tem-se alargado, "não apenas por via dos cursos administrados por via direta, mas também por muitos cursos que são de iniciativa local".

"São cursos que nós temos passado a apoiar, com avaliação e certificação", sublinhou, apontando os casos dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Venezuela.

José Cesário explicou que a redução do número de professores diretamente contratados pelo Estado, que foi menos acentuada nos últimos anos, teve a ver com razões económicas, mas também com "uma maior exigência na organização das turmas".

À Lusa, salientou haver países onde se verifica um acréscimo de alunos, como Argentina, Venezuela, Zimbabué, Namíbia, Austrália e Estados Unidos, e outros onde acontece a tendência inversa, apontando os casos da França e Suíça.

Destacou também que o Estado está a procurar "corresponder à procura nos maiores aglomerados de emigração, mas observou que, no futuro, "vão ter que se desenvolver estratégias para se chegar a um maior número de comunidades isoladas".

José Cesário avançou, por outro lado, que o Estado está a preparar um projeto que prevê atualizações salariais automáticas dos salários dos professores que compensem as desvalorizações ou valorizações cambiais, face ao euro, das moedas dos países onde os docentes exercem a atividade.

O modelo seguido, avançou, poderá inspirar-se no adotado recentemente para os trabalhadores da rede de embaixadas e consulados, mas será matéria para o próximo Governo.

Para 2015, recordou, foi encontrada uma solução de atualização extraordinária para fazer face à desvalorização do franco suíço face ao euro, o que também ocorreu noutros países onde também houve perda de poder de compra por via da oscilação nas taxas cambiais.

Lusa/SOL