Piknic Électronik. Serões electrónicos num jardim de Lisboa

“Qual o caminho para o Piknic Électronik?”, pergunta quem ainda não o conhece. A resposta é imediata: “É só seguir os beats!”. E lá seguem as pessoas, como que hipnotizadas por um flautista mágico, até finalmente alcançarem o recinto improvisado. O Piknic Électronik viu nascer a luz do dia em Montreal, no Canadá, e não…

Com um conceito singular, o objectivo do Piknic Électronik é estimular a diversão fora dos “circuitos nocturnos habituais”. André Rebelo, um dos responsáveis pelo Piknic, conta ao SOL que o evento quer dar a “oportunidade às pessoas de ouvirem música electrónica sem terem de ir a uma discoteca ou sair à noite.”

O evento atrai gente de todos os cantos do mundo – o difícil é encontrar quem fale português – que trazem consigo a vontade de passar uma tarde diferente. Quando chegam, esticam as mantas – umas maiores, outras mais pequenas – e procuram o conforto de uma sombra.

Num espaço preparado para acolher miúdos e graúdos, o Piknic oferece um cartaz repleto de nomes nacionais e internacionais como Buraka Som Sistema, Miguel Torga ou Carlos Craig. Junto ao palco uma carpete de relva sintética cobre a pista de dança para que todos possam dançar sem levantar poeira. Os mais pequenos não são esquecidos e têm também direito à diversão. O Petit Piknic “é quase outro evento dentro do Piknic Électronik onde as crianças dão um ambiente muito interessante ao espaço”, refere André Rebelo. As actividades preparadas variam desde o trampolim às pinturas faciais, onde por vezes também se encontram adultos entusiasmados a colorir o rosto. “Todos se divertem, pais e filhos. É a junção do útil ao agradável”, acrescenta o responsável.

As “food trucks” são convidadas especiais no Piknic e oferecem várias possibilidades para quem não se faz acompanhar do cestinho da merenda. “O Piknic tem um conceito bem pensado no que diz respeito às marcas. As food trucks são uma mais-valia porque vêm preparadas com tudo. São a evolução das antigas roulottes de hambúrgueres e uma boa opção para este evento.”

Os jardins começam a receber o público a partir das 13h00 e nem a chuva sorrateira que apareceu ao cair da noite no domingo passado fez encerrar a festa antes das 22h00. A adesão tem sido a desejada e a organização conta com uma lotação de 20 a 30% de estrangeiros, sendo o resto portugueses. “É engraçado porque os primeiros a chegar são sempre os estrangeiros e só mais tarde é que começam a chegar os portugueses”, afirma André Rebelo.

Num espaço natural como o jardim botânico da Ajuda a política ambiental do Piknic é uma preocupação acrescida e as estratégias de preservação do ambiente foram uma das grandes apostas da organização. A estrela principal é o Ecocup que tem evitado a “típica inundação de copos de plástico” que se verifica em vários festivais. “Uma das nossas fortes apostas é o ambiente. Em termos de produção, o custo é elevado, mas o que conseguimos apresentar ao público é gratificante. O Ecocup faz com que os milhares de copos plásticos não sejam necessários. Também temos uma empresa de limpeza que nos dá constante apoio e eles próprios se surpreendem com o pouco rasto de lixo deixado”, afirma o responsável.

Para quem ainda não conhece o Piknic existe mais uma oportunidade para o fazer. Até ao fim de Agosto haverá mais uma edição com nomes como Dj Vibe, Brutus ou Moullinex. Num futuro próximo, voltar a realizar o evento e criar um passe geral para quem quiser frequentar todos os Piknic são desejos apresentados pela organização. Outras novidades ficam ainda por desvendar uma vez que “estão em fase de negociação.”