Estatuto Profissional. Militares da GNR fazem aviso derradeiro ao Governo

O sentimento de indignação entre os militares da GNR promete subir de tom caso o Governo não aprove amanhã o futuro estatuto profissional negociado nos últimos meses com as estruturas sindicais. 

Em causa, dizem, estão informações de que o diploma, ao contrário do da PSP, poderá ficar excluído da reunião de ministros de amanhã, alegadamente como resultado de pressões de oficiais do Exército – que se opõem ao fim das comissões de serviço de generais na GNR – junto da ministra da Administração Interna. “O conteúdo de um diploma desta importância não pode ficar cerceado pelas pressões das cúpulas militaristas, comprometendo-se irremediavelmente a autonomia do Governo e contrariando-se de forma flagrante os mais elementares princípios democráticos”, sublinha a APG.

“Os profissionais da GNR estão atentos, indignados e com total prontidão para protestar de forma determinada e insistente, pois importa que todo o cidadão tenha consciência, quando no uso da derradeira arma da democracia, o voto, que o actual Governo não tem palavra e desconhece o que significa honrar um compromisso”, disse hoje em comunicado a direcção nacional da maior associação sindical da GNR (APG).

Por outro lado, “perante a posição das maiores estruturas associativas da GNR e da PSP, que deram conta da possibilidade da realização de protestos, optou o Governo por aprovar um Estatuto e não o outro, para que, assim, possa dividir para reinar”. 

sonia.graca@sol.pt