"A Índia revelou uma forte liderança ao enfrentar duas das principais ameaças à sua prosperidade e ao futuro da nação: a poliomielite e agora o tétano materno e neonatal (MNT)", afirmou em comunicado Louis Arsenault, representante da Unicef.
"O notável sucesso alcançado pela Índia ao eliminar o tétano materno e neonatal demonstra que, graças a um forte compromisso de investimento na saúde pública, os seus mais novos cidadãos e as suas mães vão desfrutar do seu direito à saúde, tornando-nos, assim, a todos, mais fortes", acrescentou.
A Índia é um dos países mais populosos do mundo, com 327 milhões de mulheres em idade fértil e 26 milhões de nascimentos por ano.
Em 1988, o tétano causou a morte a 160.000 crianças de tenra idade na Índia. Desde então, a diminuição do número de casos tem sido "extraordinária", assinalou a Unicef.
Segundo a entidade, "a eliminação do MNT como um problema de saúde pública significa que a taxa anual de prevalência é agora de menos de um por cada mil nados-vivos".
Ao contrário de outros países, a Índia não levou a cabo campanhas massivas de vacinação contra o tétano. O Governo optou por pôr em prática um misto de estratégias que incluíram uma abordagem sistémica estado a estado, a partir de 2003.
O tétano materno e neonatal é uma doença que atinge os mais pobres e vulneráveis, e em especial as mulheres e recém-nascidos que vivem nas áreas com acesso limitado a serviços de saúde e fracas práticas de higiene.
A doença, cuja transmissão ocorre frequentemente quando o cordão umbilical é cortado em condições de higiene insuficiente, caracteriza-se por espasmos musculares violentos, que começam pelos maxilares. Em áreas rurais remotas dos países em desenvolvimento, onde o acesso a instalações de tratamento é limitado ou inexistente, quase todos os recém-nascidos infectados com tétano acabam por morrer.
Após o anúncio da Índia, a lista de países validados como livres de tétano aumenta para 37, mas existem 22 países que ainda precisam de eliminar esta doença, incluindo: Afeganistão, Angola, Camboja, Chade, Etiópia (parcial), Filipinas, Guiné Equatorial, Haiti, Iémen, Indonésia (parcial), Iraque, Mali, Níger, Nigéria, Paquistão, Papua – Nova Guiné, Quénia (parcial), República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Somália, Sudão e Sudão do Sul.
Lusa/SOL