Costa levado em ombros em Santo Tirso

O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que o país precisa de “mais dignidade na Europa e menos submissão aos interesses dos outros”.

Costa levado em ombros em Santo Tirso

"Não é possível que uns estejam do lado da mesa a puxar pela toalha e os outros estejam, patetas, do lado de lá da mesa, com os braços cruzados, a ver a toalha a ser puxada, a comida a ser levada, uns a comerem e outros a ficarem na miséria", afirmou Costa, num comício que o PS realizou hoje em Santo Tirso.

O discurso ocorreu após uma arruada pelas ruas da cidade, em ambiente de campanha eleitoral, com centenas de bandeiras, envolvendo dirigentes de várias federações distritais do norte do país e candidatos a deputados nas próximas eleições legislativas.

Costa foi levado em ombros por alguns simpatizantes mais entusiasmados.

O líder socialista reafirmou o compromisso com o processo de integração europeia, recordando os contributos dados por dirigentes do partido, como Mário Soares e António Guterres, quando foram chefes de Governo.

O secretário-geral do PS prometeu que, se for primeiro-ministro, defenderá "os interesses das famílias e das empresas portugueses" na União Europeia, sem "pôr em causa a presença e participação no euro".

Costa disse, por outro lado, discordar da possibilidade de parte dos descontos para a segurança social poderem ser encaminhados para fundos privados, "como quer a direita", avisando que seria uma "enorme aventura financeira para o país", enquanto aludia à perda de receitas da Segurança Social.

"Não é entregando a fundos privados que as poupanças estão seguras. É no setor público que há a garantia para o futuro das nossas poupanças", frisou, acrescentando: "Nós não aceitamos a ideia da direita de que agora vamos privatizar as receitas da segurança social, a saúde ou a educação".

O líder socialista acusou depois o Governo de estar a esconder dos portugueses um corte de 600 milhões de euros nas pensões, acordado com a União Europeia, o que agravaria ainda mais as condições de vida dos idosos.

"Quando a direita diz que tudo está bem e há que prosseguir este caminho o que está a dizer é que vai continuar o caminho da austeridade", disse ainda.

Insistindo nas críticas às políticas do Governo, que "agravaram as desigualdades", sublinhou que o PS não só pretende "arrumar com eles", mas também "fazer diferente e melhor".

"Há outro caminho para o país percorrer, para virarmos a página destes quatro anos da história de Portugal", declarou.

Falando para algumas centenas de militantes e simpatizantes que enchiam uma das praças da cidade, em ambiente de aplausos ao líder socialista e apupos a cada referência às políticas do Governo, Costa reafirmou que "o PS tem as contas feitas para todos terem confiança em "compromissos credíveis".

"Temos uma equipa experiente, capacitada e renovada. O PS está pronto. Há um outro caminho que é possível, que é necessário, de confiança, que Portugal precisa de percorrer", exclamou, aplaudido pelos militantes.

Para Costa, é preciso "devolver a cada português a esperança no futuro do país", para que "todos possam viver com dignidade e com combate à pobreza e às desigualdades".

Lusa/SOL