Dois jornalistas britânicos detidos por ‘atividades terroristas’

Um tribunal turco decidiu hoje condenar a prisão dois jornalistas britânicos, que trabalham para o Vice News, que tinham sido detidos na semana passada sob a acusação de praticarem “atividades terroristas”, segundo a agência noticiosa AFP.

Os dois jornalistas e o seu tradutor iraquiano foram acusados por um tribunal de Diyarbakir, no sudeste de maioria curda, de "participar em atividades terroristas" em nome do grupo extremista Estado Islâmico.

Os três homens foram levados para a prisão de Diyarbakir, no final do julgamento. Não há detalhes sobre as suas alegadas ligações ao grupo Estado Islâmico.

Uma quarta pessoa detida, o motorista, foi libertada no final do julgamento.

A polícia deteve os jornalistas após ter sido informada da sua presença na região, onde persistem confrontos entre as forças de segurança turcas e os rebeldes curdos.

Os jornalistas rejeitaram as acusações.

O Vice News, um canal de informação na Internet com sede nos Estados Unidos, identificou os jornalistas como Jake Hanrahan e Philip Pendlebury.

Segundo aquele órgão de comunicação social, os jornalistas foram detidos por filmar sem autorização do Governo, mas posteriormente foram "acusados de apoiar o grupo Estado Islâmico".

A Amnistia Internacional pediu a libertação "imediata" dos jornalistas, considerando as acusações como "ultrajantes e bizarras".

"Este outro exemplo de como as autoridades turcas suprimem as informações que os envergonham", disse Andrew Gardner, da Amnistia Internacional da Turquia.

A prisão dos dois jornalistas ocorre quando aumenta a preocupação com a liberdade de imprensa no país, onde os jornalistas têm sido alvo de processos judiciais quando fazem acusações ao Governo.

"As autoridades devem proteger os jornalistas que fazem o seu trabalho em vez de lhes colocarem uma mordaça", afirmou Nina Orgianova, do Comité para a Proteção dos Jornalistas.

Lusa/SOL