Montepio tem ambição de ser um dos bancos mais eficientes do sistema’

O presidente executivo do Montepio, José Félix Morgado, afirmou ontem à Lusa que a instituição tem a “ambição de ser um dos bancos mais eficientes do sistema” e que deverá regressar aos resultados positivos a “muito curto prazo”.

A Caixa Económica Montepio Geral divulgou ontem que registou no primeiro semestre prejuízos de 28,9 milhões de euros, o que compara com um lucro de 6,2 milhões de euros em igual período de 2014.

Nas suas primeiras declarações à Lusa enquanto presidente executivo do Montepio, José Félix Morgado destacou o reforço da solvabilidade e a sustentabilidade dos níveis da liquidez do banco nos primeiros seis meses do ano e a melhoria das notações de 'rating' da Moody's e da Fitch.

Para o gestor, que assumiu a presidência do banco detido pela Associação Mutualista Montepio Geral no início de agosto, o desempenho da instituição nos primeiros seis meses do ano reflete "uma tendência positiva".

"O Montepio está a afirmar a sua presença no mercado", demonstrando "resiliência" e a informação que veiculada sobre a instituição "não tinha adesão à realidade", afirmou.

Em termos de perspetivas para o final do ano, o presidente do Montepio adiantou que a instituição espera manter a tendência positiva do primeiro semestre.

"Não posso dizer que o Montepio regresse aos resultados positivos em 2015, mas posso dizer que o Montepio vai voltar aos resultados positivos no muito curto prazo", afirmou.

Félix Morgado reconheceu que as imparidades ainda pesam este ano nas contas do banco, mas acredita que o Montepio "com um posicionamento estratégico", centrado "naquilo que é o seu segmento de clientes alvo", ou seja, particulares, empresários em nome individual, as pequenas e médias empresas (PME), com uma relação de proximidade, apostando ao mesmo tempo na "eficiência", a instituição vai percorrer um caminho positivo.

"O Montepio tem como ambição ser um dos bancos mais eficientes do sistema. E vamos ser", garantiu.

"Estes resultados com reforços de solvabilidade e liquidez associados à nova lei das Caixas Económicas que está para ser promulgada abrem também ao Montepio perspetivas em termos de 'funding' e de reforços de capitais que até ao momento não existiam", disse.

Nos primeiros seis meses do ano, o Montepio registou uma estabilidade dos depósitos de clientes particulares em 9,1 mil milhões de euros (-0,3%) e uma amortização das responsabilidades representadas por títulos em 546 milhões de euros, evidenciando uma gestão ativa das necessidades líquidas de refinanciamento, refere a instituição em comunicado.

Em termos de capital, "verificou-se um reforço da solvabilidade assente no efeito combinado do reforço dos fundos próprios em 348,5 milhões de euros e numa redução dos ativos ponderados pelo risco em 345 milhões de euros, face a março de 2015, e 39,5 milhões de euros face a dezembro de 2014".

Os rácios prudenciais, acrescenta, "evidenciam uma folga de capital acima dos mínimos regulamentares de 380 milhões de euros no rácio CET1 ['Common Equity Tier 1' – fundos próprios principais de nível 1] e de 395 milhões de euros no que se refere ao rácio de capital total", refere a empresa no comunicado.

José Félix Morgado destacou ainda o crescimento de 28.000 clientes no mês de junho, face a igual mês de 2014, e o aumento de 12.000 nos primeiros seis meses do ano, e a melhoria da margem financeira comercial, que foi de 1,4% em termos homólogos.

A margem financeira melhorou 1,3% no segundo trimestre.

Em igual período, registou-se uma redução de 43,6% das provisões e imparidades para 165,1 milhões de euros.

Lusa/SOL