Na apresentação dos candidatos da coligação PSD/CDS por Lisboa, Passos Coelho alinhou no tom de Angela Merkel, que põe a tónica na solidariedade e vê os refugiados que chegam da Síria e do Afeganistão como um oportunidade.
"A Europa precisa de olhar com outros olhos para o problema das migrações", afirmou o primeiro-ministro, que considera que "todos na Europa temos de fazer mais e melhores para resolver o problema das migrações".
"Não somos indiferentes às notícias", sublinhou Passos, defendendo que os países europeus têm responsabilidades para com aqueles que fogem da guerra e de perseguições políticas e religiosas.
"Temos a responsabilidade ética e moral de sermos solidários com aqueles que nos procuram", disse, explicando que os refugiados que escolham ficar em Portugal podem ter um papel importante no desenvolvimento do país.
Pelo que a resposta à crise passa, não só por tentar resolver os problemas dos países de onde fogem os refugiados, mas também "acolher uma parte desses migrantes que queiram ficar connosco, crescer connosco".
O tema dos refugiados deve também estar no centro da conversa entre Passos e o primeiro-ministro inglês, David Cameron, que será recebido sexta-feira de manhã em São Bento.
A postura de Cameron e do seu governo não tem, contudo, seguido a linha do discurso de Passos esta quarta-feira, nem das várias declarações públicas de Merkel sobre o tema.
"Não penso que se possa dar uma resposta simplesmente acolhendo mais e mais refugiados", disse o chefe do Governo britânico durante uma visita a Northamptonshire, no centro de Inglaterra, quando confrontado com a pressão para que o Reino Unido dê asilo às pessoas que se têm concentrado em Calais, à entrada do Túnel da Mancha.