Passos disponível para acolher refugiados

Depois de ontem Fernando Medina ter anunciado um fundo de dois milhões de euros para acolher 750 refugiados em Lisboa – metade do total de refugiados que Portugal deverá acolher -, Passos não quis também deixar de tomar posição sobre o tema que nas últimas semanas mais tem preocupado a Europa.

Passos disponível para acolher refugiados

Na apresentação dos candidatos da coligação PSD/CDS por Lisboa, Passos Coelho alinhou no tom de Angela Merkel, que põe a tónica na solidariedade e vê os refugiados que chegam da Síria e do Afeganistão como um oportunidade.

"A Europa  precisa de olhar com outros olhos para o problema das migrações", afirmou o primeiro-ministro, que considera que "todos na Europa temos de fazer mais e melhores para resolver o problema das migrações".

"Não somos indiferentes às notícias", sublinhou Passos, defendendo que os países europeus têm responsabilidades para com aqueles que fogem da guerra e de perseguições políticas e religiosas.

"Temos a responsabilidade ética e moral de sermos solidários com aqueles que nos procuram", disse, explicando que os refugiados que escolham ficar em Portugal podem ter um papel importante no desenvolvimento do país.

Pelo que a resposta à crise passa, não só por tentar resolver os problemas dos países de onde fogem os refugiados, mas também "acolher uma parte desses migrantes que queiram ficar connosco, crescer connosco".

O tema dos refugiados deve também estar no centro da conversa entre Passos e o primeiro-ministro inglês, David Cameron, que será recebido sexta-feira de manhã em São Bento.

A postura de Cameron e do seu governo não tem, contudo, seguido a linha do discurso de Passos esta quarta-feira, nem das várias declarações públicas de Merkel sobre o tema.

"Não penso que se possa dar uma resposta simplesmente acolhendo mais e mais refugiados", disse o chefe do Governo britânico durante uma visita a Northamptonshire, no centro de Inglaterra, quando confrontado com a pressão para que o Reino Unido dê asilo às pessoas que se têm concentrado em Calais, à entrada do Túnel da Mancha.

margarida.davim@sol.pt