Em Dezembro foi-lhe negada a hipótese de dar uma entrevista ao semanário “Expresso”, uma decisão que o ex governante acabou por contornar trocando cartas com diversos meios de comunicação social. A alguns respondia num fomato próximo de entrevista, noutros casos enviava artigos.
Na altura, a proibição foi justificada pela Justiça com o perigo de perturbação de inquérito, um risco que agora o procurador responsável pela investigação considera ser mais reduzido. A Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais informou então que a entrevista não podia realizar-se por decisão do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal: “opõe-se o tribunal a que se conceda autorização para a realização da entrevista ao arguido José Pinto de Sousa”.
Os seus advogados reagiram à decisão, através de comunicado enviado às redacções, considerando-a “ilegalmente fundamentada e juridicamente absurda”. João Araújo e Pedro Delille afirmavam também que a posição de Carlos Alexandre provava que a decisão de condenar Sócrates a prisão preventiva serviu “para o calar”.
E adiantaram: “Fica patente que a decisão de condenar o meu constituinte à prisão foi tomada, não só para investigar, mas também para o calar. Por isso, também é ilegal”.